sexta-feira, 20 de julho de 2012

Como eu queria falar


Como eu queria falar
Do que trago escondido no coração
Do tanto que tenho pra dar
Como eu queria falar
Das noites em silêncio
Das lágrimas que chorei
Dos desejos que contive
Das verdades que criei
E o medo me fez calar
Fui desenhando um mundo
Contornado muros altos
Segredos velados
Crimes não confessados
Palavras contidas
Das sensações perdidas
Eu precisava calar
Como eu queria falar
Enfrentando o mundo sem freios
Sem precisar de tantos rodeios
Sem ter que pintar de rosa o cinza escuro
Sem me esconder
Apenas falar

Melodramática


Procurava
Buscava 
Procurava
E se encontrava...
Paixões, ilusões, refrões de boleros
Fados
Sonetos ou nada
Quase nada...
Eram canções
Dessas melodramáticas
Assoviadas 
Ou entrecortadas pelo choro
A noite, sua namorada
Era sua vocação pra solidão

Mas não se morria de paixões
Apenas restaria depois do fim
Rejeitos sentimentais
Tarde demais
Bastaria o primeiro olhar

Voltar atrás remediaria
Mas, se não há remédio
É porque remediado está 
A melodramática arte de se apaixonar
E ande onde andar
Buscando ou sem buscar
Cansado de perguntar
Melhor seria a mentira
A emblemática arte de disfarçar
As falíveis armas da paixão
Tentadas em vão
Usadas para escapar
Do que já não escapatória
Essa melodramática vontade de se apaixonar