quarta-feira, 1 de maio de 2024

Morrer

 E se eu escolhesse morrer

Covardia

Desistência 

Medo

Tanto faz

E se eu escolhesse morrer

O que você faria

Nunca fez

O que você diria

Calou

E se eu escolhesse morrer

Quem sentiria

Um dia

Uma semana

Um mês 

Passou

Esqueceu 

E se eu escolhesse morrer

A quem avisaria

E quem me impediria

Nunca impediu

Não se importou

E se eu escolhesse morrer

A quem eu pediria

Um último abraço

Um beijo

Um aperto de mão

Não!

Agora tanto faz

Nem mesmo a morte importa

A tortura de viver é um castigo pior

E quem diria

Entre escolher morreu

Preferiu padecer


quinta-feira, 25 de abril de 2024

Não mais.

 Adeus! 

A palavra entrecortada saiu da sua boca mas dilacerou sua alma. Tamanha dor, um dia fatalmente teria que desaguar. 

E secou.

 Aquele amor intenso, tão cheio de lascívia, medo e carinho dissolveu se em frieza, julgamento, antipatia.

Ela não sabia, amava solitária. 

E em sua ânsia por tanto amar, considerava parte do amor não exigir nada em troca. Porém muitas vezes, ele foi declarado a ela também. Mentira? Piedade?

O pouco de dignidade que lhe restava, recolheu aos cacos junto ao seu amor próprio, auto estima, auto piedade. Não seria vítima do seu algoz predileto, o amor, mas se entregou a velha amiga, a desesperança.

Deixou de acreditar que pudesse ser amada. Tornou-se volúvel, fechou se em copas. Sabia como manejar as cartas, nunca soube jogar com os sentimentos. 

E.n.d.u.r.e.c.e.u 

Murchou

O riso carmim ficou nude sem graça

Sarcástico 

E dentro dela, a esperança sua força motriz virou cinza como seus dias.

Disse Adeus

Essa seria a última vez que se humilharia por migalhas de afeto. 

O implorar a fazia sangrar.

E de sangrar sucumbiu.

Morta viva já nao sentiria mais. 

Não mais.

sábado, 24 de fevereiro de 2024

Foi

 Eu quando foi que entendi

Que você nunca quis 

Fazer parte desse mundo

Que inventei ?

Você nunca quis ser

Parte do todo que te ofereci

E eu insisti em não ver 

Mas meu amor era por nós dois

Eu cega ...

Infeliz do que vê pelos olhos da paixão

Que destrói mundo

Que dilacera vida

Quando eu sentir saudade que eu me lembre o porquê me quebrei