domingo, 30 de agosto de 2015
Carta de dona Terezinha
Hoje é domingo. Sentada aqui nessa cadeira fria e dura, remexo com lentidão a comida que como a contragosto, já que nessa idade, prefiro um bom pedaço de bolo com café; talvez dois ou três. E minhas bananas. Gosto delas. Como consequência de um problema sério de saúde, perdi a vitalidade, a força e a autonomia. Hoje frágil, nem de longe lembro a mulher forte que sempre fui. Olho minhas maos tao franzinas e recordo da agilidade delas desde a tenra mocidade. Costurava da madrugada ao anoitecer. É dessa época que me habituei a comer pouco e rápido. Casei e continuei costurando. Se solteira ajudava a cuidar dos meus irmãos, casada era necessário continuar costurando para suprir a casa e vestir os filhos. Gosto de acordar tarde, também, sempre fui a primeira acordar e a ultima a deitar, não sem antes verificar se os filhos estavam alimentados e agasalhados, bem como as visitas que enchiam minha casa. Ha que gosto eu tinha em ver minha casa cheia, alegre e todos felizes com minha comida. Vi com orgulho todos os filhos, os de sangue e os de coração se tornarem homens e mulheres com suas familias e lar. Foi com uma alegria ainda maior que recebi cada neto nascido e depois os bisnetos. Rezei por cada um. Benzi alguns, cuidei de vários. Se me faltam autonomia e agilidade para cozinhar e cuidar da minha casa, as lembranças são minhas companheiras. E talvez, muitas vezes, meu martírio. Sou Maria como tantas, nasci Maria, me criei Maria, lutei, sofri, chorei por minha familia como Maria. Hoje, dona Teresinha, tao fragil , ainda Maria, segue tentando não sucumbir ao peso dos anos, mas com a certeza de que a familia, é meu amor maioor
quinta-feira, 20 de agosto de 2015
pedido
Eis minhas maos estendidas
Calejadas
Enfraquecidas
Tão frias
Ei las fracas implorando
Suas mãos buscando
Que as minhas segure entre as suas
Eis os meus olhos marejados
Vermelhos
Ardendo em brasa
Fundos
Cheios de lagrimas
Eis os meus braços abertos
Vazios
Solitários
Pedindo aos seus abrigo
Eis minha cabeça pesada
Tão cheia de problemas
Assim como grande é o fardo
Ela so pede um colo
Consolo
Apoio
Um recostar sem cobrança
Eis o meu corpo franzino
Largado
Jogado
Sem vontade
Pede morada
Pouso
Descanso
Para que sustente o que de mim
Não se sustem
Calejadas
Enfraquecidas
Tão frias
Ei las fracas implorando
Suas mãos buscando
Que as minhas segure entre as suas
Eis os meus olhos marejados
Vermelhos
Ardendo em brasa
Fundos
Cheios de lagrimas
Eis os meus braços abertos
Vazios
Solitários
Pedindo aos seus abrigo
Eis minha cabeça pesada
Tão cheia de problemas
Assim como grande é o fardo
Ela so pede um colo
Consolo
Apoio
Um recostar sem cobrança
Eis o meu corpo franzino
Largado
Jogado
Sem vontade
Pede morada
Pouso
Descanso
Para que sustente o que de mim
Não se sustem
terça-feira, 18 de agosto de 2015
Roga
Caminha sobre nuvens
Seus pés descalços
Seus pés cansados
Seus pés feridos
O rogo
A prece
O lamento
A oração súplice
Vai em busca dos Anjos
Dos santos
Dos puros de coração
Os joelhos dobrados
Os joelhos ressequidos
Os joelhos prostrados ao chão
Pedem clemência
Pedem misericórdia
Pedem arrego
Anseia compaixão
Pesado é o fardo
Pesada é a luta
Pesado o desespero
E pede
E roga
E chora
E se entrega
À prece
À vida
À Deus
Seus pés descalços
Seus pés cansados
Seus pés feridos
O rogo
A prece
O lamento
A oração súplice
Vai em busca dos Anjos
Dos santos
Dos puros de coração
Os joelhos dobrados
Os joelhos ressequidos
Os joelhos prostrados ao chão
Pedem clemência
Pedem misericórdia
Pedem arrego
Anseia compaixão
Pesado é o fardo
Pesada é a luta
Pesado o desespero
E pede
E roga
E chora
E se entrega
À prece
À vida
À Deus
quinta-feira, 6 de agosto de 2015
tempo para nos
Antes que o dia termine
Ampare meu corpo cansado
A idade faz pesar os ossos
Os músculos já rijos, funcionam com lentidão
E sinto o fardo dos anos
Antes que o dia termine
Chegue mais perto de mim
Sente se ao meu lado e não tenha pressa de ir
Preciso de companhia que me lembre q casa cheia de outrora
Antes que o dia termine
Me abrace com ternura
Quero sentir o calor do carinho
Já não consigo te abraçar como quando era criança
Não é possível te erguer nos braços
Antes que o dia termine tenha paciência
Ouça minhas histórias
Mesmo as repetidas
Quantas historias te contei antes de você dormir
Antes que o dia termine não tenha pressa de ir embora
Agora a velhice é enfadonha
Mas quantas vezes vi você adormecer nos meus bracos ao amanhecer depois de uma longa noite de febre
Antes que o dia termine
Se lembre que nada é eterno
E que o tempo,
Ahhh o tempo, senhor do destino
O tempo passa para todos nós
Ampare meu corpo cansado
A idade faz pesar os ossos
Os músculos já rijos, funcionam com lentidão
E sinto o fardo dos anos
Antes que o dia termine
Chegue mais perto de mim
Sente se ao meu lado e não tenha pressa de ir
Preciso de companhia que me lembre q casa cheia de outrora
Antes que o dia termine
Me abrace com ternura
Quero sentir o calor do carinho
Já não consigo te abraçar como quando era criança
Não é possível te erguer nos braços
Antes que o dia termine tenha paciência
Ouça minhas histórias
Mesmo as repetidas
Quantas historias te contei antes de você dormir
Antes que o dia termine não tenha pressa de ir embora
Agora a velhice é enfadonha
Mas quantas vezes vi você adormecer nos meus bracos ao amanhecer depois de uma longa noite de febre
Antes que o dia termine
Se lembre que nada é eterno
E que o tempo,
Ahhh o tempo, senhor do destino
O tempo passa para todos nós
Assinar:
Postagens (Atom)