túmulo

Frente ao tumulo eu me prosto
A saudade é tão cruel
Tenho raiva de você por morrer
Chega a doer essa angústia de querer te ver e não conseguir
Rogo a sua ausência que acalente essa dor
Ela não cala
e eu grito
Grito seu nome
Vocifero adjetivos que você nunca teve
Mas impávido não me ouve
Não atende minhas súplicas vãs
Tento inerte te pedir que venha
Em sonhos
Em lembranças
nos meus anseios
E você esta calado
Para sempre

Insisto em correr

Passos não vacilem
Eu preciso chegar além
A cada passo me descompasso
Me faço em pedaços
E apenas espero chegar


Vagueio por ruelas
Não sei bem o motivo
Mas me sinto sozinha
e vago
Quero um lugar pra ficar
Em noites assim
Ao menos hoje quero ficar aqui


Não quero tristeza
Essa sensação de dor cruel
Me sinto consumir
e continuo andando sem rumo


Tão dificil continuar
tão facil vacilar
Errar é costumeiro
Não fui feita para acertos


Cega me perdi
Errante me achei
Perdida me encontrei


Os pés doem
E insisto em correr

Pássaro

Era pássaro
Vôo alto
liberdade
vento no rosto
Coração solto
Deixou que lhe aparassem as penas
Primeiro voou baixo
Depois tiraram suas penas
Apenas andava
Então o colocaram numa gaiola
Não tinha vontade de se soltar
Então não voou mais
E preso que estava esqueceu de ser livre

Sou culpada por culpar

Sou culpada por optar não odiar
Sou culpada por tamanha mágoa
Sou culpada pelos meus erros
Sou culpada por não divulgar acertos.
Sou culpada pela minha coragem
E por não mostrar covardia.
Sou culpada por causar tanto mal estar
E quem sabe constrangimento.
Sou culpada por não querer ficar perto;
Sou culpada pelos segredos revelados.
E pelos tantos que guardei.
Sou culpada por ser fera enjaulada
Por ser galo de rinha
Sou culpada por ser coala filhote
Sou culpada por ser cobra peçonhenta
E por não ter o antídoto também.
Sou culpada pelas mentiras que invento.
E pelas verdades não ditas.
Minha culpa.
Minha máxima culpa
essa insatisfação generalizada a meu respeito.
E também por esse fascínio que meu deboche provoca.
Sou culpada pela indecencia
E pelo meu excesso de pudor dissimulado
Minha culpa esse fogo incandecente que me consome
E essa frigidez para futilidades
Mea Culpa Assumida
Admitida
Escancaradamente DRAMÁTICA e PASSIONAL...
Não suporto convencionalidades de imparcialidade conveniente

Perfeita simetria

Minha perfeita simetria
que partiu sem avisar
Volte nos meus sonhos
Para minha saudade amenizar
Perfeita simetria
Que o tempo levou de mim
Me devolva o sorriso Que você levou ao partir
Perfeita simetria
Que povoou os sonhos meus
Não se perde o que não teve
Ao menos hoje ao menos um adeus
Perfeita simetria
Todas as noites eu choro
A saudade é minha companheira
E até em sonhos seu amor imploro
Perfeita simetria
Cale meu choro com um beijo
Entenda meu egoísmo
tenha piedade do meu apelo
Perfeita simetria
Nem a morte separou
O amor que eu sentia
Quando a você eu dizia
Serem seus os desejos meus
Perfeita simetria
Um dia há de passar
Essa dor que me invade
E restará so a saudade Por você tanto amar

Amor demais

Simplesmente amor
Daqueles intensos demais
Duros demais
Profundos demais
Que doem demais
Simplesmente amor
Que não passou
Que não ficou
Que não foi
Que apenas ficou demais pra mim
Simplesmente amor
Que eu não quis sentir
Que quis florir
Que quis ser mais
Menos duro demais
Simplesmente amor
Do tipo que não se faz mais
Precoce demais
Confuso
excuso
Dolorido Demais
Cheio de "ais" Demais

Caminhei

Caminhei sem rumo
Rumei sem destino
Peregrinei sem norte
E norteava meus passos
Caminhei a passos largos pelas estreitas estradas da vida
E as ruas me levavam pelos trôpegos passos sem rumo
Caminhei caindo .
As vezes nas encruzilhadas procurava direção
Mas sempre soube onde ir mesmo não sabendo se devia chegar
Caminhei ansiosa de chegar
Mas alcançar o fim nunca foi o rumo
E nunca tive a intenção de terminar a caminhada que ousei começar
Mas se cheguei,
Meus passos me trouxeram até aqui