Sem graça

 Eu não consegui 

E desisti.

Eu não aguentei 

E desaguei.

Eu não fui a luta

E me vi nua.

Despida de dignidade 

Perdi a vontade.

De dor eu chorei 

Desmoronei.

Sem fé sucumbi 

E cai.

Com raiva sai 

E fui atrás de ti.

Rejeitada de novo 

Cai no choro.

Meu amor entreguei 

E chorei.

 De tanto beijar outras bocas

Recorrendo a outros corpos

O sabor que deveria sentir nos lábios seus

Encontrei um refúgio

Um abrigo provisório

Que me acolhesse

Dessa necessidade urgente de te pertencer

Basta que me olhe

Que me toque

Ou que me abrace

Para que eu volte dependente 

Carente de você

Um gesto simples

Um aproximar

Uma palavra

Uma paixão sem limites

Que não consegue esquecer

Não consegue separar os sentimentos

E se perde sem esperança

Estou indo

 Estou indo para longe

O mais longe de você

Vou me procurar 

Tentar me encontrar

É bem melhor assim

Fugir de tanto amor

Desse amor que arde em mim

Cansei de esperar

E insistir

De tanto implorar

O que você não pode me dar

Vou seguir

Mesmo com dor

Arrancar do meu coração 

Esse amor essa razão

Que por você alimentei

Pobre pássaro machucado, por medo de cair nunca mais voou.

O que não conto

Em meus sonhos perdida

Por amor alucinada,

Doente sem razão

Maluca apaixonada.

Procuro uma razão

Que explique esse mal

De amar sem ser amada.

E de não te esquecer,

Não durmo há dias.

Nem comer consigo.

Você é minha segurança

E também o meu risco.

Se tento esquecer

Ou não me entregar

Me escondo entre lágrimas

E finjo não demonstrar,

Esse sentimento que me entontece

Que me faz tão infeliz

Tudo o que eu mais queria

Era ter você na minha vida

E quem sabe assim ser mais feliz

Pobre dos que amam

Se isso escolher

E sofrem as dores

Do que de amores

quase chegam a morrer

A dor que fere

O desprezo que sangra

A mentira que conto

Sobre nada sentir

Sentimentos em dueto

Guardados em segredos

Que de você escondo

e so posso mentir

Briga infantil

Por uma briga infantil

Insegurança de quem ama

Perdeu se o encanto

Apagou se a chama

Insensata atitude

Da mulher apaixonada

Desejosa só para si

Da pessoa amada

E de tanto querer

E muito brigar

Cansada ficou do muito negar

Apesar da paixão

Que tanto a consumiu

Não controlou 

O ciúme juvenil

O choro compulsivo

Os pedidos de desculpa

de nada adiantaram

em nada amenizaram

O peso da sua culpa

Agora o silêncio

Arma letal

A torturam ferozmente

Em sua paixão inconsequente

Sua eterna rival

Sofre em silêncio

Desiste já enfraquecida

Não quer mais para si

Essa paixão

Que um dia foi o motivo de sua alegria