Procuro nas entrelinhas você

E tudo o que leio é o explícito. 

Você sorri quando quer se esconder

Me afaga com carinho pedindo proteção.

Queria invadir seus espaços vazios

E com doçura curar as feridas

Mas beijarei sua face com ternura

E no abraço direi : Estou aqui

Prefiro te ver voando e ser seu pouso.

A gaiola dourada tiraria seu encanto

 Ahhh se anjos fossem humanos

Deixaria a santidade e escolheria amar sem pudor.

 Cuidar- te iam até o fim 

E zelar sempre do ser amado. 

Mas os anjos se apaixonam e se perdem.

Abandonam o sentimento pelo maior dom, que é o de cuidar sem exigir nada em troca.

 Menina dos olhos de jabuticaba que fica ai contando estrelas

Não conte seus sonhos ou segredos

Contenha seus ímpetos.... 

Menina dos olhos de jabuticaba desvie seu olhar... 

Esconda seus misterios num castelo de pedras

Ahhhh menina... esses seus olhos de jabuticaba são como espelhos...

Na duvida... cerque se de rosas vermelhas

 Eu pinto a boca de carmim

Os olhos escondo de preto 

O sorriso é parte da maquiagem 

Nele escondo a verdade 

E todos compram a atriz como se fosse realidade 

E de tanto fingir alegria 

E vestir minha melhor armadura 

Me julgaram forte 

 Me viram guerreira 

E eu sou apenas um bicho acuado

Nesse desencontro sem partidas ou chegadas, de quem nada diz e nada leva, o silêncio nos sentencia a esperar.

Traga Resposta

Nós precisamos conversar 

Resolver o que vai ser 

Se não existe mais sentimentos 

Que retire de nós o tormento  

Da dúvida entre o ser e o ter 

Se não quer ser meu amigo 

Vá agora e não olhe para tras 

Lembre se que aqui comigo 

Ficou muito amor para entregar 

Se não é capaz de perdoar

Ou então se resolver 

Não me culpe por te decepcionar 

Também com você me decepcionei 

Temos qualidades e defeitos 

Fomos certos e errados 

Aceitar também é querer 

Perdoar e ser perdoado 

Eu te amo tanto e de tal forma 

Que a você entreguei o que sou

Muito amor e amizade sincera  

Carinho, afeto e generosidade 

E se um dia te decepcionei

Não foi por querer disse a verdade 

Não vou mais implorar 

Tentar me desculpar 

Te pedir mais um perdão 

Talvez o tempo que nos afastou 

E de mim o separou  

Traga resposta e cura ao meu coração

 

Páscoa

 Um a tarde caiu 

Cinzenta cheia de dor 

Na cruz gemia um anjo 

Que veio para ser o salvador 

Sofreu por nós pecadores 

E na lá cruz muito pediu 

Que fossemos salvos ainda que devedores 

Lavados por seu sangue que aspergiu 

A fé que nos move 

Nem sempre nos leva a amar 

Egoístas que somos 

Por não sabermos perdoar 

O mundo anda descrente 

Cheio de maldade e rancor 

Morrem crianças inocentes 

Na guerra de ímpios, por dinheiro sem valor 

Mas quem irá nos defender 

De nós mesmos e nossas vaidades 

Vimos o Cristo morrer 

Ainda assim sem compreender 

O que é o amor de verdade

Mil mal traçadas linhas

 Já escrevi poesias 

Tentando te comover 

Mil mal traçadas linhas 

Me declarando a você

Implorei, pedi desculpas 

Pelo que fiz e deixei de fazer 

Meu ego e seu orgulho  

Me afastaram de você

Meu crime te amar 

Dela ré confessa 

Mas não posso declarar 

O meu castigo sua recusa expressa 

Promessas ditas no desespero 

Todos os dias eu volto 

Prometendo um desapego 

Arrependida sua atenção provoco 

Essa paixão indecente 

Que queima e excita 

Que me fez tão dependente 

De você na minha vida 

Te peço mais um favor 

Me ensine a te esquecer 

Ou prove meu amor 

E vá embora para nunca mais me ver

Multicor

 Alguns me vêm Rosa.

Magenta.

Bordô.

Azul.

Multicor.

Cheia de qualidades. 

Bondades.

Insanidades 

Maldades.

Um quê de sentimentalidades.

Alguns me acham Vermelha

Intensa

Rubra como o fogo, 

Flamejante como a dor,  

Ardente como a febre. 

Outros insistem em me ver amarela

Ouro

Vibrante como sol.

Suave Como o dia nascendo

Sem expressão  como o sorriso sem graça. Uns talvez me considerem um verde.

Verde folha perdida no vento.

Verde de esperançosa, 

Idealista 

Guerreira na selva urbana. 

Até eu mesma me acho cinza.

Como os dias chuvosos, 

Austera como tempo seco, 

Assim como a sobriedade dos taciturnos.

E nesse arco-íris de humor inconstante,

Cada um me vê como quer. 

Alguns como eu sou, 

Outros como acham que eu deveria ser, 

Muitos como acharam que eu seria 

e poucos...

Tão poucos

... com os olhos do coração

Blu o anjo especial

Todos os dias no céu nasciam anjos. 

Eles eram de todas as cores e tamanhos. 

Com  asas grandes e brilhantes. 

Cada anjo que nascia tinha uma missão : cuidar de um ser humano. 

Mas num dia de tempestade, após um raio forte, nasceu um anjo diferente. 

Bem menor que os outros anjos, BLU era bem pequenininho. Suas asas eram ainda menores.. 

Todo quietinho, tímido, BLU não brincava com os outros anjos. Mas adorava fazer bichinhos com as nuvens. Havia dinossauros, cachorrinhos, patinhos, leões. Ali, embaixo do Salgueiro chorão, BLU brincava e ria.

Como ria. 

Os outros anjinhos não entendiam porque BLU eram assim. Uns riam, uns zombavam. Mas BLU não ligava.

Foi então, que uma noite, a lua não se acendeu. O céu virou uma confusão. Anjos chorando por todos os lados com medo. 

Só BLU continuava lá no seu cantinho. Calado.

Como por encanto, uma luz clareou todo o céu.

Todos se perguntavam de onde vinha aquela luz tão bonita, que acalmava os anjos e fazia com que eles tivessem vontade de sorrir. 

A luz vinha do sorriso de BLU. E quanto mais ele sorria, mais centelhas de luz se esparramaram pelo céu, iluminando o e enchendo de energia de amor.

Então todos os anjos entenderam que BLU era um anjo especial, que do seu jeito ele cuidava dos que estavam ao seu redor. 

E a partir daquele dia, desejaram que houvessem mais BLU's nascendo, pois através do sorriso dele, entenderam  que amar e cuidar vem do coração. 

Em homenagem a alguns anjos azuis 

José Henrique, meu sobrinho- filho "Z"

Lucas meu sobrinho

Samuca meu amiguinho virtual 

Ricardinho meu amiguinho  

E milhares de outros anjos azuis que nascem e enchem suas famílias de um amor que transcende toda explicação

M

Preciso te esquecer 

Para acalmar essa dor 

Que arde dentro de mim 

Não consigo arrancar 

Essa paixão tão urgente 

Que me fez depende de você

Eu o amo

E você ama outra pessoa 

E não há outra saída 

A não ser tirar você da vida 

Dessa vez pra nunca mais. 

Carta ao amor

Caro amor 

Escrevo te essa carta de despedida pois preciso que você saia de mim e da minha vida. Nós dois não conseguimos estabelecer uma relação justa.

Ao entrar na minha vida, você veio com ares de felicidade, promessa de dias mais felizes, com olhares vibrantes, abraços aquecidos e embalados por músicas românticas. 

Não foi assim que aconteceu. Você veio como a paixão flamejante, a urgência dos amantes, o poder devastador de amar o proibido. Você escolheu errado e quem pagou um alto preço fui eu.

Uma chaga aberta, sangrante, inflamada a corroer um corpo enfraquecido pela dor do amar não correspondido e socialmente não aceitável. Noites insones, apetite desregulado, humor inconstante e os punhos feridos pelas algemas invisíveis que me prendem a você.

Amor meu grande amor, que crueldade você cometeu. Eu te ofereci o melhor dos abrigos. Um coração gigante e sonhos mil. Eu dei o melhor de mim a você que me retribuiu com egoísmo característico de um narcisista em crise.

Extirpo o de mim em definitivo com a certeza de que as feridas deixadas ainda irão doer ferozmente. Mas já não consigo conviver com sua presença em mim. Por favor, não volte. Aqui já não há lugar para você. É preciso que saia para que eu volte a viver.

Sinto muito por nós dois. Eu não soube amar e você não soube escolher, ainda que o amor seja você e eu apenas sua morada. 

Construa se em outro lugar, mais apropriado aos seus desarroubos românticos. Esse é um adeus definitivo. Mas ficaram os ensinamentos e experiências que nossa convivência me proporcionou. 

Sigo sozinha nessa estrada cheia de percalços, pés calejados e corpo cansado. A minha frente novas possibilidades e a esperança de que amanhã, terei uma nova chance de ser feliz.  

O olhar revelava os mistérios que a boca covarde, pintava de vermelho o medo

Qual o sabor do beijo

Guardado em seus lábios

Por mim tão desejado

Mas que nunca provei

Seu corpo frio ou quente

Razão do meu desejo

Que por seu tão decente 

De tocar tive medo

Maldita amizade

Minha maior algoz

Que por tamanha lealdade 

Não desatou  nossos nós

O abraço da despedida

 O abraço da chegada 

Mas por ser sua amiga 

Não tentei ser sua amada 

Profanar um sentimento 

Me parece mesquinho demais 

Ter que escolher ser somente amiga

Desejando ser amante e muito mais

Tanto caiu e se machucou, que por medo escondeu suas asas. 

Voar era perigoso demais. 

Mas era pássaro. 

E os pássaros voam.

Apesar de tudo, voam

 Da saudade que sinto 

Desse querer tão inconstante 

Uma certeza eu tenho 

De todos os meus erros 

Você foi meu melhor acerto

Ainda que nesse jogo 

Eu tenha jogado sozinha

Sorte

 Que sorte é essa da qual ouço falar?

Ganhar 100 mil por mês?

Dizer adeus a flacidez 

Ver seu time ganhar.

Que sorte é essa que me contaram?

Viajar para Paris 

Ganhar carro do ano,  

Vencer na prova do anjo 

Ser chamada para atriz 

Me disseram que a sorte 

É amiga de poucos 

Uns a têm de sobra 

Outros sequer a conhecem 

Há quem seja rico e prospero 

Alguns que pouco vintém merecem 

Que sorte é essa que não conheci 

Injusta com aquele que não a tem 

É sorte ser feliz no amor 

Azar não ser amado por ninguém

Refém da sorte que escolhe poucos 

Azar dos muitos que a querem e não têm

Mas sorte mesmo na vida 

Está aonde não se vê

Ter saúde, ter amigos 

Ter um trabalho e um lar 

Estar vivo e sorrindo  

Capacidade de amar 

E ter sorte está além 

De ser protegido do azar 

Pois quem tem sorte sabe ter 

Amigos família 

Alguém para amar

 Quem nasceu cometa não se conforma em passear por caminho de estrelas.