quarta-feira, 24 de janeiro de 2024

Verdade

 Olhou em seus olhos e viu neles a verdade

Não a dele, refletida como letreiro. A dela.

Uma cruel realidade escondida por sua ilusão. 

Como quem sente um abismo abrir ao seus pés ela desabou. Inerte.

A verdade era sua inimiga mais fria. 

Em sua arrogância acreditava que viver iludida por uma paixão platônica e idealizadora seria mais fácil, quase lúdica. 

Não pôde suportar e sucumbiu. 


domingo, 14 de janeiro de 2024

Aos que me negaram ajuda

Ajudar ao próximo seja quem for, é acolher, abraçar, dar as mãos, um abraço, um consolo, um ouvir, um falar, uma bronca, orientação e até mesmo não atrapalhando. É a empatia de quem o tem e está disposto a ofertar. 

É a resiliência de quem não pode mas compartilha o pouco que tem.

É a doação de quem não a tem mas doa por amor.

Ser disposto a ajudar é entender a necessidade do outro e muitas vezes, ainda que em dissonância, ajudar, de uma forma ou de outra. 

Ao não ajudar, rejeita se ao necessitado algo que lhe pode ser vital.

Ao negar ajuda, renega se ao outro a oportunidade de ter.

E o outro, ao não receber, cabe também a empatia do ajudar, na forma de aceitar ou compreender o outro em sua fraqueza, em sua falta, e não julgar.

Difícil. A necessidade nos faz carente. A falta nos faz ansiosos o gostar nos deixa frustrados. A frustração vem de esperarmos do outro aquilo que nem sempre ele terá ou irá querer dar.

Que eu seja grata aos que me viraram as costas, aos que não me ouviram, aos que me julgaram, me prejudicaram, não me abraçaram ou simplesmente não me ajudaram. 

Assim, em minha necessidade, estou aprendendo a dar, doar, ofertar àqueles que também precisam como eu. Em minha falta estou encontrando presenças, mãos e braços estendidos e apoio, sentimentos que transbordam de onde eu menos esperava. Aos poucos vou aprendendo a sentir saudade sem desejar a presença, vou guardando lembranças mas não volto a lugares onde não me cabem mais. Vou me tornando generosa na escassez presente na ausência e transbordando amor no vazio. A vida segue e pelo caminho vou apertando mãos e me aquecendo nós abraços, sorrindo com palavras e gestos gentis. E agradecida por não tem ajuda de onde esperei, pois tornou mais belas ainda as ações que vieram de onde eu nem esperava que existissem

quarta-feira, 3 de janeiro de 2024

Corações desiguais

E quando a distância se interpõe
Entre nós e nossos "se's"
Poderia ser mais fácil
Mas preferimos o talvez 

Se tento te decifrar me perco 
Nessa mania de fugir
Minha e sua 
Covardes desiguais
Vontades iguais

Colidimos entre razão e desejo
 O meu, eu te ofereço
O seu, nem sei se existe
E essa duvida nos afasta ainda mais
Dois corações desiguais