sábado, 19 de julho de 2008
Gia
Hoje assisti ao Gia, filme sobre a vida da modelo Gia, uma das mais belas modelos da década de 80. Ela era uma bela mulher. Olhos verdes provocativos, uma boca que dava sentido a palavra desejo e um sorriso inocente que remetia qualquer um à lascívia. De personalidade forte, voz grave e uma postura senhora de si, ela encantava, ou melhor, inebriava qualquer um que demorasse um segundo a observá-la. O filme mostra pessoas dando depoimentos sobre ela e partes de seu diário. A beleza, a fama e o dinheiro não foram capaz de comprar o que ela mais queria: o amor. O amor que o pai lhe esquivou, que a mãe abandonou; o amor da mulher, a única criatura que amou. por medo, por carência, por desgosto, se entregou sem medo ao seu último fio de esperança, as drogas. Por várias vezes e em nome do amor quis largar toda aquela sujeira, mas na consegiu. A cada rejeição, embarcava numa viagem sem fim que começava no paraíso e a levava ao inferno em segundos. Numa dessas viagens, injetando o veneno que aliviava suas dores físicas e morais, contraiu o vírus. Não sabia que essa era sua última estação, numa viagem com partida e sem volta. Ainda encontrou um amigo que lhe estendeu a mão. A mãe, que tanto lhe negou a casa e o apoio, vendo a filha em seu final, teve um gesto de misericórdia. Talvez por covardia, por pena, por dor na consciência, quis a filha do lado, e ao seu lado ficou até o fim. Quem poderia julgá-la... Viveu um casamento de mentiras e por isso abandonou o marido pelo amante e deixou para trás a filha. Agora vendo-a ali indefesa, infantil, viu sua menininha, sua filha. E Gia se foi, imponente, plácida e bela, muito bela. Poderia por sua beleza ter conquistado os mais belos e ricos homens, mas prefiriu dar seu corpo e seu amor a única mulher. Secando as lágrimas que corriam pelo meu rosto devido minha comoção, fiquei parada alguns momentos refletindo sobre Gia. Como seus admiradores estava ali inerte, rendida a sua belez interpretada pela não menos bela Angelina Joli. O que me comoveu não foi a beleza dela, nem sua "forçada" ousadia tão parecida com a minha. Foi a sua história, os seus medos tão iguais aos meus. O medo da solidão, do desprezo. Sentia-me como ela, indefesa e tendo que ser forte por outros. Um bichinho acuado e que alguns imaginavam forte. Gia não conseguiu comprar o amor de todos com sua beleza estonteante, eu não posso comprar o amor mesmo amando tanto. A diferença entre nós duas: Gia era um mito, eu só quero ser eu mesma.
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