Ela estava sentada na mesma. Ar superior, tristeza no olhar. Entrar naquele barzinho vazio, tomar uma taça de vinho pareceu-lhe uma boa ideia, quem sabe assim esqueceria um pouco os problemas.
Perdida em seus pensamentos, não fazia pose e apelos, sorvia pequenos goles do vinho suave e ia se deixando embalar pela mpb na jukebox.
Ele estava se sentindo angustiado. O dia no trabalho tinha sido horrivel, o término do noivado ja falido era para ser um alivio, mas tinha deixado nele aquela sensação de vazio. Voltar pra solidão do apartamento era o que menos queria. Um barzinho vazio, ótimo; uma cerveja, duas, ninguem pra pertubar. Seria bom relaxar um pouco. Ao menos depois das cervejas o sono viria fácil.
Era a quarta taça dela, uma sensação torpe invadia-lhe o corpo e inebriava a alma. Ela ja começava a esquecer momentaneamente os problemas. Cantarolava negue com a veemencia da Bethânia.
Tres cervejas depois, uma ou duas palvras trocadas com o garçom, ele ja pedia a conta. A cama seria seu refúgio agora.
Ao sair o esbarrão. Coisa de novela ou cinema.
Seu idiota! deixa pra la, lavo a blusa amanha. Alias, lavo não. Foi presente do idiota do ex. NO dia eu achei linda, hje vejo o quanto ela é cafona.
Desculpe-me, não foi minha intenção. Um blusão fedendo a cerveja, uma rosto perplexo, e os olhos se cruzaram. Foi a primeira vez.
Ele nunca viu olhos com tanta ternura descrita.
Ela nunca se sentiu tão desajeitada.
Um outro pedido de desulpas e um convite pra jantarem juntos como reparação do dano provocado a blusa.
Convite aceito.
Horas de conversa. Era como se ja se conhecessem antes.
Um beijo e ela sái correndo.
Ele grita. Tarde demais.
Não trocaram telefones, e como a conversa fluia naturalmente não sabiam nem seus nomes.
Foi quase um sonho...
Quase
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