Ela estava tonta de fome mas nao iria se abater, afinal ha uma semana so tomava água por causa do compromisso de sexta. Não suportava mais ver coisa verde, lhe dava arrepios. Mas valia a pena. Queria estar linda e o vestido vermelho iria entrar sem dificuldades ou ela mudaria de nome.
COnheceu Pedro na faculdade. LIndo. Simplismente lindo, foi o que disse boquiaberta ao ve-lo encostado no balcão de xerox da faculdade.1,80 branco, olhos e cabelos castanhos, falso magro, um perfume intorpecedor. Voz doce, porte firme. Ela poderia jurar que estar sonhando qdo o aluno atras dela chamou sua atenção ja que a recepcionista do xerox estava chamando-a ha mais de 5 min. Depois desse dia era o Pedro quem povoava todos os seus sonhos dos mais infantis aos mais eróticos.
O segundo encontro foi mais catastrofico pra ela: Estava na lanchonete quando ele apareceu com os amigos e sentaram na mesa ao seu lado.A coitadinha ficou tao nervosa que deixou o açai cair na roupa branca que estava usando. Gafe geral. Depois do episodio ela ficou mais de uma semana sem ir a aula por causa da vergonha. Quando foi repor as aulas em outra turma, quase leva uma queda de propria altura quando a única cadeira vaga era do lado do seu Deus Grego. Rubra de vergonha não teve outra alternativa a nao ser sentar-se ao lado dele.A aula toda foi um tormento. Baixava a cabeça redirecionava o olhar, mas acabava encontrando o sorriso daquele que temperava seu dia com pitadas de alegria e angústia. Quando no intervalo ele veio procura-la não acreditou. Ele queria que ela fosse seu par no trabalho indicado pelo professor.
A partir daquele dia encontravam-se após as aulas e discutiam sobre o trabalho e outras amenidades; esses poucos momentos eram aproveitados por ela como dia de natal na infancia. COm o tempo foram adiquirindo intmidade, ja voltavam pra casa juntos, riam das mesmas piadas, faziam todos os trabalhos juntos. À medida que a intmidade entre os dois crescia, crescia tambem a paixão desmedida por ele. Era insuportável para a coitada ouvir com ares de melhor amiga às confidências amorosas dele.
Uma tarde apos terem terminado o trabalho Pedro convidou-a pra sair. Argumentou que ela seria uma ótima companhia e que a noite seria incrivel. Marcaram para sexta apos a aula e o lugar escolheriam no caminho. O convite que deveria te-la deixado entusiasmada quase provocou um ataque cardíaco.
"Ai meu deus! era a expressao repetida por ela ao se olhar no espelho. Estava gordinha; não estava gorda. Precisava emagrecer... ele a acharia horrenda... ele ligaria desmarcando. Não conseguia dormir. Regime, fome, urgência, ela conseguiria.
Agora estava ali perdida em pensamentos enquanto esforçava-se pra encaixar todas as suas curvas no vestido perfeito para uma noite perfeita. Apos tanto estica e puxa, deita levanta, conseguiu fechar o zíper e respirar com dificuldade. Conferiu maquiagem, sapato,perfume.Ótimo, nessa noite ela iria se declarar.
Pedro a beijou no rosto, elogiou a roupa, disse que estava linda. Chegaram ao melhor restaurante da cidade, ele puxou a cadeira para que ela se sentasse, escolheu o vinho. Como se andasse em nuvens, ela não poderia se sentir melhor. Tudo ia bem quando veio o metri entregou o cardápio. Ele escolheu uma lasanha quatro queijos e ela uma salada de salmão com palmito.
De repente, mal podia respirar, estava tonta, fraca, amarela. Pediu licença e com dificuldade caminhou ate ao banheiro onde sentiu suas mãos suando frio. tentou ser forte, lavou o rosto, mas as cenas que vieram depois eram flashes de cirenes e vozes sem identificação. Acordou num quarto de hospital com Pedro segurando suas mãos e uma bela moça loira, alta, de corpo torneado ao lado dele. Ela era a enfermeira que estava no banheiro quando ela desmaiou por causa da hipoglicemia, consequencia da fome que a abatia há uma semana.
Poderia ter sido pior se você não estivesse lá CRis, agradecia Pedro que foi chamado as pressas para levar a amiga ao hospital. Refeita do susto, soro instalado, maquiagem borrada e vestido rasgado, ela se sentia a última das mulheres. Poderia ter morrido, seria melhor que enfrentar o amado naquelas circunstancias.
Refeita, de volta a faculdade Pedro cercava-a de mimos e cuidados para que a amiga não sofresse mais. Resolvida a reverter a situação e para agradecer a atenção do amigo, marcaram outro jantar com a promessa que dessa vez a noite teria o final perfeito.
Vestiu o pretinho básico, joias discretas e apenas uma cinta para disfarçar as saliencias. Ao chegarem no restaurante o gentil cavalheiro cumpriu todo ritual, puxou a cadeira, pediu o vinho e avisou que tinha uma supresa para ela. Ela encheu-se de coragem e decidiu fazer sua declaração de amor quando, vê chegar a Cris, sua salvadora. Pedro puxou a cadeira para a moça e com um sorriso largo disse
- Vc se lembra da CRis?
- Sim, nem sei como poderei agradece-la por aquele dia. Ela foi muito boa comigo.
- Pois é, ela me ajudou tanto, que eu fiquei impressionado com sua agilidade, competencia e carisma. Para agradece-la pelo que fez convidei-a para jantar. Ela foi tão natural, tão simples. Pediu uma lasanha e um canelone, e ao contrario das mulheres artificais que saem comigo e nada comem por vergonha ou dieta ela comeu tudo. Ainda fomos ao cinema e antes de irmos para casa ela me mostrou o melhor sanduiche da cidade. Foi paixão a primeira vista. Estamos namorando e queria que você fosse a primeira a saber.
(...)
A noite foi um fiasco. Ficou ali de candelabro, porque vela seria muito pouco naquela situação. Viu cenas de beijos, um colocar a comida na boca do outro, chamegos e carícias. Tudo regado a muitos elogios.
Quis pular da ponte proxima, quis beber veneno, quis morrer. Tanto sacrificio por nada. Odiou o nome Pedro, o homem, o amigo a vida. Vestiu um pijama de flanela, fez uma panela de brigadeiro,colocou o dvd de "um amor pra recordar" e foi assim, que viu seus sonhos desvanecerem.
Quem entende o que os homens querem ?
Nenhum comentário:
Postar um comentário