terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

poucas palavras



Ânsia ilusória pelo porto seguro 
já que sou uma nau à deriva do tempo,
à mercê dos ventos

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Trem do destino



Sentada à beira do Caminho
As lembranças se encarrilham no trilhos do tempo
Vêm nas janelas onde  o vento bate forte
Somem como a fumaça no horizonte
E eu queria voltar no tempo...
O futuro latente surge a cada novo dia
Como em páginas brancas a serem escritas
O assobio do trem
Do trem do destino
Desperta-me da latência conveniente
Esboço qualquer desenho
Faltam as palavras 
Eu queria voltar no tempo...
Onde escrever era mais fácil
Sobravam histórias
Qualquer circunstância rimava
O trem vai longe
Ainda mais veloz
Nem chego a alcança-lo
Vou cruzando as linhas
Tentando encontrar um ponto comum
O destino traiçoeiro mudou sua rota
Estava presa ao pretérito das lembranças 
Não o vi passar
Corro para a estação mais próxima
Esperançosa que ele faça parada
Que ao menos me espere
Protagonista da história
Me lembro que sou eu quem a escreve
Tenho em minhas mãos páginas em branco
Desenho uma estação, descrevo a parada
Entro no trem e comprimento o destino
As lembranças vão-se como a fumaça
Ficando para tras
Vou reiventando personagens
Novos pretextos e enredos
Vou me reconstruindo