segunda-feira, 5 de março de 2012

Diário de uma BBB

Querido diario. Hoje é um dia muito legal. É dia de festa aqui no BBB.
Nossaaaaaaaaa é legal mesmo. Tem as roupas que a produção manda a gente vestir, as comidas diferentes, as bebidas a vontade. Esa é a parte que eu mais gosto, porque daí eu bebo bastante e não pago nada.
Eu pesso a minha roupa mais decotada e curtinha ja que eu quero sair na plaiboy é importante mostrar o que eu tenho de melhor. Eu malhei 6 meses diretão pra ficar assim e ainda fiz um enprestimo pra botar o silicone nos peitos e na bunda.
Na outra festa, era tema de criança sabe, com doce, brigadeiro e as nossas roupas igualzinho que criança veste. Uma gracinha, mas a da Maria não tinha nada aver né.
Eu bebi bastante e fiquei com o João. Será que o público lá de fora me viu transar embaixo do edredom com o João?
Nossa fiquei com o maior medaço de alguém perseber alguma coisa por isso nem tirei a calcinha e daí a gente mecheu pouco.
Eu tinha que fazer isso né. Sou contra essa coisa de dar no primeiro encontro mas se eu não desse pra ele eu ia pro paredão essa semana, e eu presizo ficar mais, assim vende mais revista.
O pessoal da direção diz que agente ta bebendo pouco e chamaram a popozuda funkeira pra tocar pra gente ficar mais animadinho. Funcionou teve gente aqui que  bebeu tanto que vomitou até na picina.
Será que o joão ta mesmo apaixonado? Ele prometeu me esperar se eu sair.
Aiiiii ele é tão fofo.
Agora eu tenho que parar de escrever, vou arrumar meu biquini pra pegar um solzinho e deixar o joão passar bronzeador em mim.
Até mais tarde.

sábado, 3 de março de 2012

AMOR NÃO TEM COMPLEMENTOS


Sentada em frente ao computador, olhos perdidos, ela tentava entender a frase em negrito e aspas enviada no último minuto; "O amor é amor e ponto. Não tem complementos."
Ainda sentia a face úmida pelas lágrimas derramadas durante toda conversa. Ela passara os últimos anos tentando provar seu amor, entender seu amor, demonstrar, sentir e vivê-lo na vida real. Vivê-lo; como ela queria que aquele amor intenso, urgente, incondicional, passional saísse da tela do computador, ultrapassasse as barreiras da internet e se tornasse real. Ela o queria para si, precisava ser egoísta, a covardia a impediam de ser clara, de fazer a proposta para uma relação formal, com nome, sobrenome, com papéis distintos. O medo de perder o que já tinha, a impeliam de tomar  tal inciativa. 
Como ela desejou durante anos que a recíproca fosse verdadeira, que os momentos reais se prolongassem além dos "interneticos" (palavra talvez criada por ele). 
Agora um filme surgia paralelo àquele turbilhão de emoções. Relembrou o momento em que se encontraram pela primeira vez; da vergonha que sentiu pela transparência dos seus sentimentos revelados num único olhar. As faces rosadas pela vergonha, os olhos baixos para esconder o inevitável, afinal, a formalidade da situaçao a comprometiam. Melhor evitar. Evitou o quanto pôde. Não conseguiu.
Lembrou, relembrou, sentiu, o primeiro beijo, o tesão, a respiração, a urgência do abraço, o carinho. Toda aquela gama de sentimentos a invadiu de novo, na verdade, se tornaram parte indissoluta dela. 
Com o passar dos anos e pela convencionalidade, a relação tomou outras formas e durante anos, ficou relegada as conversas intermináveis pelo telefone e internet. Isso não a tornava fria como o esperado, tinha a mesma vivacidade. Essa distância a ajudava esconder as lágrimas de saudade, a raiva, as frustrações. Ela podia assim tentar esconder os desabores revelados parcialmente, então descobriu o ledo engano. Ele a conhecia muito bem, e todas aqueles artifices eram desnecessários. 
Ele já fazia parte dela como um órgão vital. 
Então como um clarão, entendeu. 
O que ela sentia por ele era amor. Simples, puro, sem definições, sem papéis pré estabelecidos, sem explicações, pedidos de desculpas, sem porquês intermitentes. Amor. 
Não era uma relação que os ligava, apenas uma sintonia pura, seu amor era responsável por ela. Uma convenção social, o dar nome aos bois, não caberia entre eles, não havia necessidade. 
E foi pela primeira vez, sem receios, que ela se abriu e mostrou tudo. Abriu o seu baú por completo. Não deixou vestígios subentendidos. Foi apenas ela. E como sempre ele estava ali, não perto onde um abraço fazia falta, onde ouvir a voz era um amenizante remedio para sua carência. Ele estava ali, dentro dela, ao seu alcance; estava onde sempre esteve e de onde, nunca a deixou sozinha.
Após tantos anos, tantos anseios, seu coraçao encontrou um lugar para aquele amor. Ele não precisava de recíproca pra existir, nem complementos, por isso era amor e ele sabia, isso é o que importava. Se acalmou, respirou fundo, e depois de tanto tempo, o seu " eu te amo", teve o sentido concreto, definido por ele num único arranjo de palavras. 
Estradas diferentes, sabia que vez ou outra seus caminhos se cruzariam, e ali, as palavras seriam desnecessárias. 
Afinal, amor é amor, não precisa de complementos....