segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Entre dois mundo oscilo
Um ser em colapso
Vou refazendo o caminho
Contado passos largos
Se o emaranhado de espinhos
Rasga a carne, sangra a alma
Deixa rastros no chão
E já não há mais segredos
So pistas deixadas ao vagar
Não queria ser descoberta
Escondida entre as intenções
Mantinha guardados tesouros
Seu valor não era quantificável
Mas fora descoberta
Quis se esconder
Mas o seu esconderijo
Em um dos dois mundos estava revelado
Achou melhor apenas ficar e ver a vida passando
Era menos perigoso assim

sábado, 26 de julho de 2014

Vou começando e recomeçando
Vou partindo
Chorando
Coração em pedaços
Indo e voltando
Começando de novo
Sem medo do desconhecido
Vou me refazendo
Dos ragos no vestido
Dos cortes feitos na carne
Do sorriso perdido na face
Remendando as historias
Ainda que seja tarde
Começando de novo
Recomeçando a partida
E a cada volta
O medo da despedida
Mas sigo caminhando
Os passos contando em vão
Porque recomeçar
E cantar de novo a canção
Cair e levantar
Sorrindo e chorando
E começar de novo
É recomeçar levantando
Dos tropeços da vida 
Entre indas e vindas
Partindo e voltando
Começar de novo
Recomeçando

sexta-feira, 25 de julho de 2014

A fera que eu habito
Tem olhos em brasa quente
Faz do sussurro seu grito
Ataca como serpente
A fera da qual me visto
Tem pele e alma ardente
Faz do perigo seu vício
Envolve com sua mente
A fera na qual transformo
Tem o dom do simular
As vezes se faz presa
Desarma pra atacar
A fera que as vezes prendo
Tem medo mas não confessa
Esconde os seus segredos
Disfarça se em sua floresta
A fera que eu domino
Nem sempre esta presa à cela
Pois presa pode ser lebre 
Mas nunca deixará de ser fera 



(...) o dia em que achei que meu olhar de lebre escondesse a alma felina (...)

sábado, 5 de julho de 2014

Retalhos

Me vira pelo avesso
Porque de dentro pra fora
É tudo mais complexo
Revira e vira e quem sabe
Entre um ponto desfeito
Se encontre um laço
Costura e corte tudo de novo
No cezir do rasgo novo se faz
Mas se remenda o que foi em pedaços
Colcha de retalhos de presente da.
Sacode, bate e dobra
O fino pano da caimento
Mas não cobre frio o manto
E preciso mudar tudo
Mas sem tempo
Melhor o trapo, que em frangalhos
Cerzido foi a contento
Mas se as lembranças são bordadas a linha
O dedal de ouro poe rosas no beiral
E o frio que era tanto
O pano que era pouco
Bastava costurar de novo
Ao menos pra cobrir o tempo

domingo, 29 de junho de 2014

Busca de você

Tenho tanto a dizer, saber, entender
Explicações do porquê
Querer tanto voce
Mesmo querendo evitar
Ainda tento lembrar, não pensar, não contar
Mil motivos pra esquecer
Dos milhões que me levam a você 
Que aqui comigo não está
Que dure uma hora, um dia, um mês
Quero em seus braços ficar
AInda que eu siga em frente
Tente, retente e não contente
Volte pra te buscar 
Ainda quero  mostrar, gritar, bradar
Nos versos que dito
Na poesia que escrevo
Seu nome marcado, cravado,sacramentado
Fincado dentro de mim
E quem sabe essa noite
Você me escute, entenda e se renda
Resolvendo ficar, se permitindo amar,
Encontrando em meus braços
Razão pra ser feliz


Coração descompassado


Perco a respiraçãoNo silêncio ouço as batidas do meu coraçãoDescompassadoDisritimadoComo se não coubesse mais em mimFicou tudo tão grandeEstá faltando os pedaçosE o coração aceleradoDa prisão tentando sairEntão me entrego e saioQuem sabe contando meus passosMeus pensamentos voltem a fluirO ar invadindo os espaçosDe onde me faltam pedaçosPreenchendo as lacunasQue fazem buracos em mimE o andar se faz mais rápidoA urgência é quem quer decidirE brigando com o compassoBate descontroladoO coração querendo sairDe repente páro caladaE um som me chama atençãoSão batidas ritmadasDa minha alma aprisionadaDentro do coraçãoSuspira lento e poéticoDesistindo de fugirSe acostuma ao seu algozOra manso outra ferozQue tanto o fez sucumbirE de viver aprisionadoO coração descompassadoResolve ficar aliEsperando que um sorrisoAo menos lhe traga alívioE o faça querer ficarBatendo no compassoComo um coração ritmadoAcostumado a amar

sábado, 15 de março de 2014

Resolveria se eu dissesse
agonizante que estou
que perdi meu caminho outra vez.
Que essa estrada pantaneira
Guarda bichos e meus segredos
E para eles não há armadilhas. 
Um pouco a cada dia
E sem que se perceba
Tanto lodo, tanta lama,
Me desviam do caminho.
E apesar das armas que tenho
Ainda vou andar sozinha
O destino não me opções.
Vou me segurando em folha secas
Estalando em cada apertar.
Mas ai dos meus ais.
Não me impedirão a dor.
Resta me caminhar a ermo
Outra noite, sucumbida pela dor lacerante da lembranças, liguei pra você.
Porquê?
Ficava remoendo meus medos, os fantasmas pareciam mais sombrios que o de costume. 
Mas liguei, relutante pelo orgulho costumaz, precisava ouvir sua voz. Não ouvi.
Apenas falei.
Chorei.
Quase gritei, dominada por uma dor insuportavel.
Eu sentia medo de novo.
E você estava ali, sustentáculo das minhas inconstantes.
Quis entender o que você disse. Não consegui.
Quis te abraçar, jogada a seus pés implorar amor e carinho.
Você estava longe demais.
E eu ali, dependente, clamando por misericórdia.
Súplice de um abrigo que me protegesse dos meus medos.
Abrigo que só encontro em você.
Minhas lágrimas secaram ao vento.
Meus olhos se fecharam
E, quando finalmente dormi...
Sonhei com você!

sábado, 1 de março de 2014

se pudesse seria diferente
faria tudo novo
seria novo de novo
Se pudesse contaria estrelas como quem conta sonhos
Mandaria ladrilhar o caminho
Mil, cem mil vagalumes para iluminar
Se pudesse voltaria atrás
tentaria tentar
e quem sabe assim não errar
Se pudesse seria melhor
Quem sabe até não ser
Mais daquilo que hoje eu sou
Se eu pudesse até quem sabe
Deixaria alguém me desenhar
Assim com mil cores
Traços perfeitos
Mas as perfeição não me cái bem
Ahh se eu pudesse
Ah como é bonito o sentimento SAUDADE entre as amigas... 
Após algum tempo sem me visitarem, há duas noites minhas queridas amigas Insônia e Ansiedade vieram me fazer companhia. 
Chegaram como sempre, sorrateiras, e marcaram suas presenças como de costume: em forma da ensurdecedora saudade do amor... 
Ahhh meninas, adoro a companhia de vcs mas confesso que preferia ficar sozinha. 
Então façamos um trato: Vcs ficam, mas nada de deixarem entrar a lembrança, minha relação com ela está estremecida. 
Nada de assuntos como paixão, amores antigos ou decepções. 
Temos uma semana de encontros noturnos pela frente, vamos usar nossas conversas para idéias criativas e projetos profissionais. 
Estabelecidas as regras da boa convivência podem entrar, afinal a casa é de vocês.
De repente... 

Num cantinho onde vc nem se lembrava 

mais, existe aquele sorriso guardado, 

ileso às intepéries, puro, fruto das boas 

recordaçoes. 

E você passa acreditar que fica mais 

bonita, mais feliz, quando tira esse 

sorriso do seu esconderijo secreto e 

coloca no rosto. 

Hoje eu quero ser feliz ....
Doa se um coração 

Um coração em bom estado de conservação. 

Um coração com arabescos feitos pelas cicatrizes do 

tempo. 

Esse coração, simpático, meigo e carinhoso ainda é 

funcional, talvez um pouco mais devagar, mas ainda 
bate... Ahhh se bate. 
Bate num ritmo lento, como uma valsa triste. 

Outrora um coração apaixonado, hoje ele não está mais 

adequado a essa função. 

Doa se um coração usado, vintage, um ex coração 

apaixonado. 

Termo de compromisso assinado não há possibilidade de 

devolução. 

Doa se um coração por motivo de mudança: -de ares, de 

vida, de sonhos.

Relacionamento com a insônia

Oh como gosto da minha amiga insônia...
Ela sempre aparece sem ser convidada e vai entrando como só os mais íntimos fazem.
Geralmente conversamos horas a fio; sobre os desabores amorosos, caos politico, músicas, sonhos.
Ela quase nunca vem por uma única noite, é companheira fiel por dias como se sua presença fosse o remédio para meu ócio criativo.
Olheiras, cansaço e uma cara amarrotada são ônus dessas visitas, afinal toda relação é uma troca de favores.
Tenho com ela companhia,tempo para criar e trabalhar,inspiração e ela alimenta sua vaidade com a desfiguração da minha.
Estamos quites!

falta de ar

Foi contando os passos

Lentos...

Queria tomar fôlego e seguir adiante

Quantas vezes fez o mesmo caminho; só que a passos 

apressados como quem verá o ser amado pela última vez.

Agora o medo, a frustração e principalmente a culpa a 


impediam de continuar. 

Peito arfante, coração acelerado; ar... sentia falta de ar...

Palavras ensaiadas... repetidas vezes ensaiadas em tons 

enfático, fraco, forte, singular, ternos, grosseiros, 

apaixonados.

Queria se jogar nos braços, reter o abraço desesperado e 

olhando nos olhos declarar em alto e bom som: 

eu amo você.

Estufou o peito, respirou bem fundo, se encheu de 

coragem...

Ao rever aquela porta e o último adeus sentiu o chão fugir 

dos pés.

Deu meia volta e decidiu, voltaria outro dia...

Se voltasse.
Aquela princesa habitava a torre mais alta do castelo mais alto.
Forte e corajosa, era assim que as pessoas a reconheciam.
Enfrentava dragões, matava gigantes, escalava penhascos só pelo prazer de ver as pessoas sorrindo.
Era disso que ela se alimentava, de ver as pessoas felizes.
A noite, no seu escuro e frio quarto na torre mais alta, do castelo mais alto, chorava baixinho enquanto a solidão, seu algoz, a mantia presa por uma corrente feita de tristeza....
Aquele coração fugidio de tanto fugir 
esqueceu o caminho de volta. 

Relegado estaria a vagar como folhas de 
outono no vento frio...

Mas um dia viria a chuva, tal como fardo 
pesado faria o coração cair.

Em solo úmido, aconchegado pelo calor dos poucos raios de sol, iria renascer, brotando, 
germinando, fincando suas raízes...