sábado, 26 de julho de 2014

Vou começando e recomeçando
Vou partindo
Chorando
Coração em pedaços
Indo e voltando
Começando de novo
Sem medo do desconhecido
Vou me refazendo
Dos ragos no vestido
Dos cortes feitos na carne
Do sorriso perdido na face
Remendando as historias
Ainda que seja tarde
Começando de novo
Recomeçando a partida
E a cada volta
O medo da despedida
Mas sigo caminhando
Os passos contando em vão
Porque recomeçar
E cantar de novo a canção
Cair e levantar
Sorrindo e chorando
E começar de novo
É recomeçar levantando
Dos tropeços da vida 
Entre indas e vindas
Partindo e voltando
Começar de novo
Recomeçando

sexta-feira, 25 de julho de 2014

A fera que eu habito
Tem olhos em brasa quente
Faz do sussurro seu grito
Ataca como serpente
A fera da qual me visto
Tem pele e alma ardente
Faz do perigo seu vício
Envolve com sua mente
A fera na qual transformo
Tem o dom do simular
As vezes se faz presa
Desarma pra atacar
A fera que as vezes prendo
Tem medo mas não confessa
Esconde os seus segredos
Disfarça se em sua floresta
A fera que eu domino
Nem sempre esta presa à cela
Pois presa pode ser lebre 
Mas nunca deixará de ser fera 



(...) o dia em que achei que meu olhar de lebre escondesse a alma felina (...)

sábado, 5 de julho de 2014

Retalhos

Me vira pelo avesso
Porque de dentro pra fora
É tudo mais complexo
Revira e vira e quem sabe
Entre um ponto desfeito
Se encontre um laço
Costura e corte tudo de novo
No cezir do rasgo novo se faz
Mas se remenda o que foi em pedaços
Colcha de retalhos de presente da.
Sacode, bate e dobra
O fino pano da caimento
Mas não cobre frio o manto
E preciso mudar tudo
Mas sem tempo
Melhor o trapo, que em frangalhos
Cerzido foi a contento
Mas se as lembranças são bordadas a linha
O dedal de ouro poe rosas no beiral
E o frio que era tanto
O pano que era pouco
Bastava costurar de novo
Ao menos pra cobrir o tempo