segunda-feira, 23 de agosto de 2021
A Edmeia
Entao a lagarta fadada a ser borboleta, não quis saber do destino queria ser pássaro.
Delicadeza, aquele bater de asas perfeitas deixariam na exposta aos olhares criteriosos, ou seria admirada ou apenas ignorada em meio as flores, tão mais bonitas, considerava ela
Mediu se de alto abaixo. Olhou para frente, achou melhor vislumbrar a altura. Sentiu se forte, altaneira.
Empoderada que era, negava se a ser borboleta, seria um pássaro livre, solto para explorar as alturas que sua ausência de medo a levariam
Investiu força sobrenatural, abriu o casulo, dele um par de asas de cores nunca vistas, nem tão brilhantes, nem tão belas. Eram asas de borboleta.
A recém nascida borboleta que queria ser pássaro num primeiro instante se sentiu frustrada. Mas qual foi sua surpresa: suas tão perfeitas asas eram diferentes de todas as borboletas do mundo. Empinou o corpo, ajeitou se em sua nova forma e cheia de coragem voou. Subiu o mais alto e rápido que pôde. Alcançou lugares inimagináveis. Não teve medo do vento ou da tempestade. Ela jamais seria pássaro mas tampouco se contentaria em ser uma borboleta qualquer.
A mais bela, elegante e audaciosa das borboletas.
segunda-feira, 16 de agosto de 2021
apenas mais um bilhete não entregue
Mais uma madrugada chega e ocupa o lugar que deveria pertencer ao sono.
São meus pensamentos rápidos demais.
Neles um único personagem: você
Que invade meus espaços vazios, que me conduz em sonhos e desvaneios. Me tortura com sua distância e frieza.
E tudo o que eu queria era dormir. Mas dormindo sonho.
E sempre sonho com você.
E esse amor impossível.
Inatingível
E apenas espero que a luz do dia ilumine o quarto.
domingo, 15 de agosto de 2021
Das coisas que odeio em você
Das coisas que odeio em você
Odeio não te odiar
Saber que o amo
Com intensidade e tanto
Mas sem querer amar
Das coisas que odeio em você
Esse seu jeito calado
De quem tanto vê e não fala
E que de mim resguarda
Sentimento sem palavra.
Das coisas que odeio em você
Essa sua indiferença
De quem não se comove
Ou pouco se importa
Não há quem o dobre
Das coisas que eu odeio em você
Essa sua mania chata
De querer me mandar
E quando me vejo
Movida pelo desejo
Cumpro cada vontade sua
Me deixo dominar
Das coisas que odeio em você
O seu pouco romantismo
Esse seu jeito de ser
Sua voz que me entorpece
Seu abraço que me aquece
Odeio não odiar você
Das coisas que odeio em você
Essa sua segurança
Sua coragem
Seu tom de voz
Seu gosto por caveira
Seu gosto musical
Que de tanto odiar
Passei a cantarolar
Até o tal Amado
Que me faz odiar
Essa minha fraqueza
Tanta incerteza
Que de tanto querer odiar
Mais insisto em te amar
Tarot
Na mesa fria
De anseios quentes
A sorte é lançada
Partida em cartas
Incerteza dos crentes
Cavalheiro de copas
Trás o sentimento
E a carta da carta
A tão esperada
Notícia de quem não tenho
Então o louco
Que é inconstante
Sai lado a lado com a imperatriz
Que mostra a mulher que sou
Forte e brava como o touro
Desfaçatez como a atriz
Mas olha que ironia
Vem também o coração
Anunciando que o ser de luz
Que me deixa na escuridão
Tem por mim sentimento
Mas que guarda em segredo
Me deixando na solidão.
Mas a raposa surdina
Fala do espiar
Que o ser amado desconfia
Já não ser só seu e vigia
Com medo de perder e não voltar
Mas como sorrateiro
Vem meu imperador
Trazer para o sorteio
A certeza que lisonjeiro
É ele o meu amor.