domingo, 16 de janeiro de 2022

Nem tudo

 Nem tudo é cor 

O cinza me cai bem 

Nem tudo é dor 

A alegria tem seus dias também


Nem tudo é insonso 

Há comida salgada no prato 

As vezes quero o pão doce 

Nem sempre provo o giló amargo 


Nem tudo arde 

O sol também refresca 

As cartas que falam de sorte 

Em noites de jogatina meu azar sela 


Nem tudo é poesia 

Me comove letras de música brega 

Não posso ser boa menina 

Fico melhor ainda em pose de megera 


Nem tudo está equilibrado 

A fina corda do que desespera 

Não há cola para cristal quebrado 

O colapso cria e dita regras 


E um ser em descompasso 

Anda também por linhas retas 

Fingindo andar bem descalço

Em cacos de vidro do coração que quebra













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