Gratidão amigo

 Gratidão amigo!

Por ter me dito palavras tão cruéis quando eu precisava de acalento. Me mostraram como as vezes uso palavras rudes sem perceber.

Gratidão amigo! Por sua frieza justo nos meus dias mais difíceis; isso me ensinou que eu preciso ser mais generosa e menos egoísta.

Gratidão por não me abraçar quando eu pedi, ou por fazer de conta que não viu minhas lágrimas. Também assim você  Me ensinou a ter um olhar mais compassivo, a prestar atenção nos que estão a minha volta, a abraçar quem não pede mas necessita. 

Gratidão por me ferir com comentários depreciativos quando minha auto estima estava quase inexistente. Assim aprendi, que nem tudo é aparência e se eu não sou o que queria ser fisicamente também preciso melhorar quem eu sou espiritualmente.

Gratidão amigo, porque ao me deixar implorar carinho e atenção, um pouco de colo, me ensinou a dar carinho aos que precisam, a ser generosa até com quem eu não gosto. Porque o amor é dado livremente.

Gratidão amigo, porque as lágrimas que enxugo agora até poderiam ser de decepção por ama lo tanto. Mas não são. Compreendi que o amor deve ser ofertado e compartilhado sem esperar nada em troca. E que o amor que eu sinto e transmito fala sobre quem eu sou e não sobre quem o recebe

 E vou contando os segundos

Como quem conta estrelas.. 

infinitas estrelas... 

incontáveis minutos...

 Ainda perde o sono. 

Prefere não dormir. 

Dormindo sonha. 

E o impossível faz tudo doer demais. 

O alvorecer renova suas forças. 

Mais tarde, outra vez, ela tentará não dormir com medo de sonhar. 

Ainda que o sonho seja refrigério da saudade

Na Guerra

 O vento trás o cheiro 

De pólvora, lágrima e sangue 

Mas também leva o som 

De balas, fuzis e tanques 

Que atravessam ruas e becos 

Ferindo se e ferindo também 

Destruindo lares, difundindo medos 

De civis e militares que brigam por alguém

Alguém que distante faz conchavo 

Política cruel e desleal 

Enquanto jovens morrem jogados

Uma guerra fria, despatriada e imoral 

Mães choram por seus filhos 

Enquanto pais estão na batalha 

Impunham armas, apertam gatilhos 

Sem saber se um dia voltarão para casa 

E o mundo fingindo piedade 

Faz mídia da dor e sofrimento

E há ainda homens sem caráter 

Que zombam da guerra e seus rompimentos 

Homens grandes brigando por pouco 

Grandes homens lutando com tudo 

Os sem coração torturando um povo 

Pessoas morrendo e quantos uns ficam mudos 

E nesse mar de lama e vidas 

Alguns se apegam a esperança 

Que um dia cessem essas brigas 

E todos tenham um coração de criança

Fingimentos

 Minto que não sinto 

Finjo não ver 

Me distraio dos pensamentos 

Que insistem em ficar 

Finjo que não minto 

Essa minha desfaçatez 

De olhar nos seus olhos e dizer 

Sou mais feliz longe de você 

E de tanto fingir 

Ou muito enganar 

Vou fingindo que sinto 

Mentindo que não finjo 

Que sou mais feliz ao te amar

Atados

 Entenda 

Nossas diferenças 

Nossas crenças 

Nossas manias

Só alimentam 

Nossa vontade 

Nosso desejo 

Nossas fantasias

Se se longe estamos 

Distantes 

Afastados demais 

Maior a vontade 

Grande a saudade 

Que nos faz sedentos 

Pedintes 

Selvagens 

Dessa ilha que é 

O eu e vc 

Um tanto querer

E orgulho de sobra 

Eu finjo que não 

Você disfarça tão bem 

Que essa paixão 

Dentro do coração

Nós faz refém

A ausência

 Saudade que dói 

Que queima

Arde

Lembranças que chegam

Que gritam

Que invadem

Essa ausência que não me deixa esquecer que perdi.

O tempo que passa

Que corre

Não deixa rastros

Nunca passou

Fiquei parada no tempo

No dia em que me disse:

- "O amor não exige explicações"

É você partiu

Não houve Adeus

Nem abraços 

Só o vazio 

Saudade

Saudade é o que se sente 

Quando alguém que a gente ama 

Vai embora de repente 

Deixando uma dor pungente 

Uma dor que no peito inflama 

Saudade é uma dor 

Que vibra em timbre forte 

Que as vezes vem da morte 

Do ser amado que se foi 

Saudade é uma árvore

Plantada já bem frondosa 

Que na vida cria raiz 

E desenha cicatriz 

De nossa alma já tão saudosa 

 

Saudade de quem foi 

Saudade de quem fica  

Ainda maior é a dor 

Da saudade que deixou 

Aquele que se foi desta vida 

Há saudade de quem mora longe 

Saudade de quem não vemos mais 

Há saudade de quem está perto 

E saudade dos abraços que não voltam jamais 

E a saudade que machuca 

E que alma faz chorar  

É uma dor sem cura 

Uma tristeza profunda 

A saudade que é amar

Entrega

As vezes me perco querendo encontrar

Respostas pra tudo do que sou capaz. 

Do que o desejo me incita.

E minha vontade não satisfaz.

Eu tenho medo e pressa 

E ando devagar

Eu ardo em chamas 

Corro demais sem tropeçar. 

Mas tenho a leveza 

De quem não quer ganhar 

Por perder demais sofreu 

E o agora tanto faz 

E segue bebendo em corpos

Sorvendo o gosto amargo da luxúria, 

Que aplaca a sua dor, 

De se entregar escondendo sua culpa 

Sem remorso a entrega de faz  

Emaranhada na cama a que rendeu

Tentando apagar com o corpo o que sente

já  que o coração a ninguém pertenceu.

 Ele nunca soube falar de amor

Talvez por dor

Quem saberia sobre seus traumas

Eu que o amava 

Fazia questão de repetir

Se ele não sabia como ser amado

Eu o amaria quieta

Silenciosa

Mas no fundo ele sabia

Em mim estava o amor que por ele transbordava

Era tempestade

A tempestade morava dentro dela. 

Seu grito 

Sua ânsia 

Seu desespero. 

Era tempestade. 

Não havia espaço para brisa. 

Não seria orvalho. 

Nasceu turbulenta como toda tempestade.

Seus raios luminosos.

Seus trovões assustadores.

Seus ventos bagunçavam o caos. 

Era tempestade.

Mas também era chuva fina.

Melodia harmônica no compassos das gotas 

E chuviscava.

Era tempestade.

Solitária como todas são.

 Seu medo é que eu descubra 

Que meu toque te excita 

Que meu cheiro te embriaga 

Sem que beba de mim 

Me esconde teu arrepio 

Se de leve toco seu corpo 

Despertando teu cio 

Desejo não realizado 

Mas venha sem receio 

Matar sua sede no rio 

Que emana de mim 

Quando de sua língua roçar 

A morada do meu pecado

Verdades escondidas

Seus olhos quentes 

De olhar tão frio

Palavras duras

Sentimentos vazios

Sua face plácida

Sua boca morna

Xingamentos calados

Escondem se atrás da porta

 

Ironia do destino

Não escolhe o ser desejado

Que invadiu seu caminho

Mas foi por acaso

Mas escolhas e sentimentos

Não conseguem andar lado a lado

Pois um mostra o que sente

E o outro sofre calado

Mas palavras mentem 

Escondem  a realidade

Da paixão ardente

 E do amor guardado 

Aos olhos de quem vê

Quem dera eu 

Sob a escuridão

 À sombra do cansado, 

Me visse refletida

Nas águas límpidas

De quem me contempla com ternura

Tempo leve

 Se a dor da saudade

 diminuísse com o tempo 

E se o tempo por piedade 

Se esvaisse o com vento 

Quem sabe o vento levaria 

Toda a saudade embora 

E haveria menor dor 

Que aqui dentro mora.

 

Se a paixão fosse morna 

E a frieza não existisse 

Se o desejo que aflora 

Simplesmente não existisse  

O tempo levaria embora 

A paixão que assim persiste