domingo, 26 de fevereiro de 2023

 Ohhh como gosto da minha amiga insônia... 

Ela sempre aparece sem ser convidada e vai entrando como só os mais íntimos fazem.

 Geralmente conversamos horas a fio sobre os desabores amorosos, caos politico, músicas, sonhos. 


Ela quase nunca vem por uma única noite, é companheira fiel por dias como se sua presença fosse o remédio para meu ócio criativo. 

Olheiras, cansaço e uma cara amarrotada são ônus dessas visitas, afinal toda relação é uma troca de favores. Tenho com ela companhia, tempo para criar e trabalhar, inspiração; ela alimenta sua vaidade com a desfiguração da minha.

Estamos quites!

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2023

Soneto caleidoscópio

 Quando dormiu fez uma viagem ao passado, nele guardado, seu livro de poesias. 

Em casa verso e prosa, pedaços multicores de um caleidoscópio brilhante se remontavam formando um só rosto. 

Dele emanava luz. 

Naquele revoar de suas asas liberdade e anseio por alçar vôos ainda mais altos. 

Quis permanecer no sonho, lembranças que lhe faziam sorrir. 

Ao acordar, sentiu o calor de antes percorrer seu corpo aquecendo a. 

Era o abraço de saudade. 

Aquela pungente sensação que reviveria em cada sonho por toda uma eternidade. 

O viajar traria o reviver. 

E nele, a intensidade de todas as recordações.



Para o príncipe encantado mais real que um dia prendeu meu sorriso

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2023

 Olhe pra mim 

Veja o que meus olhos dizem 

Entenda o silêncio 

Não posso falar 

Preciso ficar perto 

O longe seria mais saudável 

Sua presença me completa 

Mas sua indiferença me machuca 

Estou caindo 

Afundando 

Preciso submergir 

Quero não ter você

E assim

Vou naufragando em uma paixão que não quero sentir




Me ensina a te esquecer assim como tenta me faz te odiar.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2023

Nem percebe

 Julga me conhecer 

Não  se atreve me olhar 

Teme reconhecer 

A verdade que ali está 


Escuta mentiras  

Mas não consegue ouvir 

A voz que sussurra 

Sou louca por ti 


E se aproxima friamente 

Sutilmente eu te toco 

Finge que não sente 

O desejo que te provoco 


O proibido me condena 

Dessa paixão sou ré cativa 

Te amar em segredo minha sentença 

Nunca te ter o meu castigo






Você tem o punhal que me corta aos poucos. Você não deixa minhas feridas cicatrizarem

Não me foi dada a opção de atracar no cais. Os ventos me levam e as tempestades me perseguem. Ancorar meu navio não foi uma opção.