Preciso encontrar urgentemente motivos para odiar lo e quem sabe assim, aos poucos mata lo, arrancando de dentro de mim.

Faço do que sinto minha vida

Acredite

Estou aprendendo

A me ver 

Como sou

Parei de deixar 

Meu coração falar 

No meu lugar na vida 

Nas minhas histórias 

Errei.. eu sei. 

Muito mais que gostaria 

Queria libertar 

Sentimentos contidos 

Eu quis fazer 

Do que eu sinto 

A minha vida 

Me feri 

Me maltratei 

Inútil insistir nos mesmos erros. 

Inventei novas versões 

De antigos sentimentos 

Pra me enganar 

Fingindo ter esquecido .

Seria mais fácil 

Virar o rosto e não encarar 

Deixar de lado 

Tudo o que passou. 

Eu quis fazer 

Do que sinto 

A minha vida. 

Meu coração me domina 

Me entrelaça em teias 

Não consigo me libertar 

Meu dono, 

Não me deixa saída

Faz do sinto

Ainda que doa 

A minha vida

E o que eu posso fazer

 Vieram me contar 

E eu não pude acreditar

Que você e nossa amiga 

Um caso escondem há tempo 

E você que jurava 

Que isso nunca aconteceu 

De mim duvidava

E em tudo acreditava 

O que importa 

Não sou sua 

Nem você é meu 

Mas doeu 

Confesso 

Porquê a escolheu? 

Não era você quem dizia 

Que não era capaz de tal coisa 

Para minha tristeza 

Nunca fui eu sua escolha 

Fernanda

Há nela certo encanto 

Um talvez 

Uma ousadia 

Que mesmo em desencanto 

Ela enxuga o pranto 

Se refaz com maestria 

Poderia ter nascido 

Maria, Helena, Kátia Flávia, 

Talvez Dulce, Mykaellen Terezinha 

Mas Fernanda lhe cai bem é roupagem 

Fernanda virou elogio de mulher boa de briga 

E não há Fernanda que caia 

Nem Nanda nem Fer nem Fernandinha 

Ser Fernanda é para as fortes, 

Mulheres forjadas em campo de rinha 

Ela é doce apimentada 

Requintada como vinho 

Sim , Fernanda veste Prada 

É quase um desfile quando caminha 

De gestos tão delicados 

Um te amo com um foda se ela harmoniza 

Seu abraço tem o tamanho 

De uma viagem de avião 

Em primeira classe e aquecido 

Por chocolate quente, champanhe e paixão 

E há Clemildas, Natálias e Maizes 

Que Fernanda queriam ser 

Mas Fernanda não se cópia 

Tem que haver coragem para Fernanda ser 

Uma mulher que ama e bate 

Que sofre é amada e supera 

De scarpin e maquiagem 

Ser Fernanda é ser poeta.

A vc minha Fer que me ensina tanto sobre amor próprio e lealdade. 

 Ele não percebia sua ânsia. 

Ela deseja seu olhar 

seu toque 

Sua vontade 

Ele a tinha suplicante 

Entregue 

Mas ela não ousava se revelar .

E assim, no anonimato ela não se machucaria mais

O vento sussurrou em seu ouvido: não tenha medo. Ela sentiu frio e ficou sentada ali. Já tinha raízes e não queria voar

 

Essas mulheres

Pinta a face de vermelho 

Veste traje de guerra 

Convoca sua tribo 

Índia guerreira peleja 

Acorda de madrugada 

Poe feijão pra cozinhar 

Depois que aos filhos beija 

Vai pra rua trabalhar 

Escreve digita e lê 

Se equilibrando no salto alto

Advoga e conta leis

Nem sempre com isso concorda

Respira bem fundo 

tentando se controlar 

Sutura, limpa e ausculta

Um coração que vai parar

A médica acordada a 36 horas

Buscando a vida salvar

Quebra quebra não para de quebrar

Dedos machucados do coco da floresta 

E a mãe quebradeira quebrada está 

Mas precisa comprar o pão com o pouco que lhe resta 

No palco dança seminua 

Atrai pra si tantos desejos 

Pela manhã volta para casa

Fedendo a cigarro e cheia de medos 

Prostituta rampeira que sustenta os pais em segredo

O lixo revira, procura comida 

Latinhas, garrafas, precisa vender 

Sustento daquela que o vende

E aos seus filhos da o que comer

E são tantas Marias

Elisas, Marcias, Maize 

Mulheres comuns, mulheres apenas

Diariamente lutando 

Com seu jeito transformando 

Um mundo e pessoas 

Mulheres apenas

E sentiu fraquejar no toque apertado do abraço de reencontro. As promessas feitas a si mesma de que o asfaltamento o impediriam de ver seus sentimentos, sucumbiram a medida que ela se entrelaçava no abraço afetuoso oferecido. Ele era apenas o amigo. E ela, bem, ela era a saudade

Não queria

Tento evitar seus olhos

Em um segundo se espelham nos meus 

Que te contam apressados meus segredos 

Não queria assim.  

Tento não estar perto de você 

E assim não sentir que minha pele se arrepia com essa proximidade. 

Seu calor irradia e meu corpo responde.

Não. Eu não queria que fosse assim.

Menti sobre quem sou. Quis te fazer me odiar

E todo esse ódio só alimentou minha passionalidade 

Tive medo

Não consegui.

E não. Eu nunca quis que fosse assim.

Quero me enganar achando que você não sabe ou não vê.

E você ignora só por piedade. 

Não é a mim que seu desejo reverbera.

E eu não queria que fosse assim. Não assim 

 

Silenciou o quanto pôde. Dentro de si, seus sentimentos urravam gulturais. Até que seus olhos falaram por ela