Havia um anjo. Desses de olhar sereno, voz calma, asas alvas como a neve. Um anjo brincalhão, adorava sorrir, abraçar e ajudar pessoas. Se alimentava de sorrir e fazer sorrir. Não dormia. Gostava de sonhar. E era feliz assim. Pra que tanto sorriso? Pra quê ajudar, anjo bobinho?!? Ele
sorria feito criança e logo saia para socorrer alguém, brincar ou abraçar.
Certo dia não conseguiu salvar e chorou. Quis ajudar não foi suficiente argumentaram. Foi lá e fez. Não é desse jeito gritou alguém. A medida que ia ouvindo essas coisas parou de sorrir. A cada decepção diminuía a vontade de voar e suas asas foram perdendo as penas. Já não voava e andava com dificuldade mas insistia em ajudar. Um dia, alguém irritado com sua bondade lhe cortou o restante das asas, colou seus lábios e amarrou seus braços. Sua vida se esvaiu com as lágrimas. A tristeza o transformou em pedra. Então não incomodou mais ninguém.
Isso não é sobre anjos.
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