quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Chuva

Enquanto a chuva cai e molha meu rosto
Sentada num banco, sonhando acordada
Os carros passam em alta velocidade
Não deixam rastro não pedem passagem
E sentada fico a remoer os escombros
Que restaram do meu último sonho
Do sonho não realizado
Enquanto a chuva cai e molha meu rosto
Disfarça a lágrima da saudade
Que por você geme baixinho
E os carros continuam passando, velozmente
Incessantemente, mas hão de voltar
Assim como eu aqui sentada
Anseio sua volta, não agendada
Enquanto a chuva cai e não pára
E seus pingos entoam uma canção antiga
A melodia ecoa versos que conheço
Faz rimas que um dia escrevi
Fala de sentimentos não esquecidos
Sentada disserto palavras sem ritmo
Sem compasso escrevo outra canção
Para que a chuva que caia a entoe
Ainda mais bonita, porém mais triste
Enquanto cantarola meus versos
Eles se esvaem assim como os pingos
Assim como as gotas insistentes
Mas a chuva não cala seu pranto
Mas se confunde ao meu
Que sentada espero o sol brilhar

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