terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Duas em uma

Duas a Duas
A profana e a santa
Se uma fecha os olhos
A outra aproveita e se solta
A menina se olha no espelho
A mulher confia e vai
A metida se orna
A meiga apenas sorri
Uma sabe o que é juizo
A outra prefere se inventar
O lado avesso dos ponteiros
A certa 
A errada
A ponte
A calçada
Duas em uma
Uma é o cristal
A outra a pintura
Uma é noite quente
A outra arde sozinha
Uma diz sim
A outra diz não
A queridinha diz obrigado
A devassa diz foi você quem quis assim
Anjo e demônio
Mansidão e lascívia
O contrario do relogio

O fim da estrada
A que simplesmente te mostra a estrada
Duas em uma
Uma quer ser anjo
A outra sabe que não é
Uma quer ir pro Céu
A outra nem sabe que ele existe
Uma sabe o caminho
A outra apenas vai
Duas em uma
uma diz sempre sim
A outra nem quer saber
Uma pede desculpas
A outra perde a razão
Uma diz que sim
A outra perde o medo
Uma é a rainha
A outra pebléia rude
São duas em uma
Que seria pra sempre
Que não entenderia
Duas em uma
Duas metades
Uma é o cristal
A outra pintura
Uma face
Duas metades
Duas em uma

Luz da lua

Lua passa atraves da fresta da vidraça
Quebrada como cristal
Parece ninguem nota-la
Quase tímida
retraída demais para chamar a atenção
A pequena luz fica escondida em um canto
Como a querer iluminar só o seu mundo
A noite é sempre a mesma
Noites sim noites nao ela aparece

Impossivel não notá-la
Por mais que ela se disfarce
Ela vai com tudo e quando vê
Estava distraída demais 
E ja estava iluminada
Refletida
Não se vende ilusoes em bancas
Os jornais nao dao ibope
Arredia gata medrosa
Acaba cedendo
Nem alguém que te livre
Dizem que nem sempre
irá conseguir mudar
Mas quando pode 
Tenta disfarçar seu brilho
Como se luz fosse algo efêmero
Mas ela quase entende
tímida, por entre espaços vazios 
Chega inundando tudo
Fluindo como água
Luzindo sem calor 
Sem frio
So preenchendo um lugar sem nda

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Mais uma declaração

Ja escrevi inumeras declarações, no entando ainda há um turbilhão de sentimentos que preenchem toda minha existencia,e todos eles começam com o seu nome.E tão dificil ficar longe,esperar,é tão dificil não estar com vc,te ter nos meus braços,te-lo só meu,é tão dificil ser covarde,ser coerente,ter razao.O amor me faz querer ir,estar perto,me faz querer assumir os riscos, a razão me pede que entenda,que vc tem um outro caminho,que trilha uma outra historia,algumas que eu ja vivi.Como posso conviver com essa contradição de amar e desejar, e de querer ver seu sucesso, sua felicidade,ver vc crescer e realizar sonhos, muitos deles eu nao poderia participar.Te amo tanto e com tanta intensidade,que fica dificil dvidir eu e vc,quando vc já é parte de mim,meu respirar,meu agir, minha vontade de viver,minha alegria.Viver longe de vc é um martirio,e meus pensamentos fazem essa longa estrada que nos separa.Talvez vc tenha mais coragem,seja mais forte e me ajude a encontrar uma soluçãoo. Te amo alem da eternidade

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Chão de folhas secas

Vento forte,quem vem e passa
Ando passos apressados
Folhas secas espalhadas
Forrando o chão sob a luaSinto frio
Sinto falta
Apoio-me em galhos frágeis
Deitada olho para o céu
Vejo estrelas adornando o azul escuro
Lampejos coloridos de esperança 
A noite cái em nuances diferentes
Sinto frio
Meu chão de folhas secas
Não me dá cobertor
Então fecho os olhos pra sonhar
Voo
Vou longe com asas emprestadas
Sinto-me leve
Já não sinto frio
Nesse chão de folhas secas
Adormeço sorrindo

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Acabou

Eu não pensei que poderia
Secar as lágrimas
Secar o pranto
Calar a dor
Surpresas
Viradas
Arrancar de páginas
Mal superado
Estou inteira de novo
Refeita
Amor próprio recuperado
Melhor deixar pra trás
Sim eu esqueci
A indiferença é minha maior aliada
Fui deixando de lado
Os pedidos do passado
As noites insones em vão
Aquelas em que te pedia pra ficar
Em que minhas mãos tentavam segurar as suas
E você partia
Se antes so restava um coração em pedaços
Agora inteiro,
Agora vivo
E você volta
E você pede
E você implora
Houve um tempo em que um sorriso seu bastava
Uma palavra,
Um abraço
Estaria sempre ao seu lado
Eu quis um final feliz
Você só quis uma aventura
Eu quis uma história
Você quis ponto final
Agora é tarde
O que eu sentia passou
Acabou
O vidro foi jogado ao chão
Adeus
Melhor não olhar para trás

Tanta falta você faz


Não ouço sua voz há tempo
Seu olhar me diz coisas sem palavras
Se te busco meus pensamentos trazem você
Falta a paz em você
Falta aquele seu sorriso de lado
Aquela sua risada disfarçada
E não há o que ocupe seu espaço
Falta sempre um pedaço meu
Um pedaço que esta em você
Poderia te encontrar
Num sonho
No refrão de um bolero qualquer
Na melodia que me remete a você
Se a saudade vem
Vai tomando os espaços vazios
Entre multicores vai te pintando nas paredes nuas
Os pensamentos vão invadindo a razão
E ja não me lembro mais quando nos vimos pela última vez
Deixei meu coração naquele instante
E tanta falta você faz

Quase feminista

Eu sei que você queria que eu fosse uma menina
Dessas de histórias infantis
Ou aquelas de revistas femininas
Queria que eu fosse uma donzela
Dessas de olhar lânguido
De face fina
Maos finas
Dedos finos
Fina
Queria que eu fosse Amélia
Cozinhasse
Lavasse
Passasse
Cuidasse
Soubesse fazer seu prato predileto
Sei você queria que eu fosse
Submissa
Passiva
Flexivel
Bondosa
Caridosa
Dondoca
Em seu íntimo me pintaria a pincel
Em sua verdade eu seria perfeita
Cintura fina, seios médios, cabelos impecavelmente penteados
Sem marcas, sem rugas, sem maquiagem
Um batom de leve
Em seu desenho teria cintura fina, nádegas avantajadas
Cobertas de leve vestido azul clarinho
teria pés finos
Saberia dois idiomas
Dois ou tres cursos de culinaria
Estaria sempre de bom humor
Não teria TPM
E quando engravidasse falaria só de vc
Seria mae dadivosa
Só lhe daria filhos homens
E quem sabe uma princesinha
E vc seria meu dono
E vc seria meu chefe
E em meus sonhos só haveria vc
E com vc teria orgasmos múltiplos
Vc seria meu herói
Salvaria meu dia
Ao final da noite em lençois perfumados
vc dormiria aconchegado a mim
Não teria que me perguntar sobre meu dia
Meus sonhos, angustias e aflições
viveria so por vc
Em seus braços aninhada eu seria a mais feliz das mulheres


Ao acordar, vc entenderia que não é bem assim.....

cristais de lagrimas

Lagrimas percorrem minha face
Vão riscando em sangue rubro o caminho do meu choro
Arranhando, cortando
Sangrando perene
cristais translúcidos da minha verdade
Feixes de espadas sem fio
Caem um a um
no chão de abismo que não me sustenta
Queda livre ja anunciada
Esse pranto incontrolável
Essa dor dilacerada
Esse grito enclausurado
Falta voz
Falta força
Falta vida
Falta amor
Tento me agarrar
as finas, frágeis linhas de esperança
Arranco-as uma a uma
Falta voz,
Falta ouvidos
Falta abrigo
Falta chão
E os cristais caem um a um
O sangue fica retido em seus sinais
Essas mal traçadas linhas

sábado, 4 de dezembro de 2010

meus segredos em você

Morava nos seus olhos meu segredos
não revelados
guardados
escondidos de você
nem tão escondidos assim
Não posso mudar o que sou
Não posso evitar o que sinto
Porque mudaria
Meus segredos estão bem protegidos
Estão em você
São você
Mas você não vê
Ou não quer ver
Essa dúvida me aprisiona
As chaves estão em suas mãos
E a minha liberdade em você
O grilhoes que me oprimem 
Misto de sentimentos reprimidos
Pela covardia que eu mesma projetei
E você não exigiu nada
E assim mesmo guarda
Em você os meus segredos
Meu alvará de soltura
Será a coragem
Aquela que não tenho
Enquanto isso
fico prisioneira de cela aberta
porque você guarda meus segredos
E bastaria que eu os contasse a você


segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Declaração não declarada





Tomou um banho demorado, a fragancia do sabonete contornou seu corpo impregnando-o. Os cabelos cheirando a shampu, caià-lhe valsadamente os ombros nus, quase artísticamente emoldurados.
Não se preocupou em enxugar-se. Apenas foi abrançando a toalha macia, como se esse ritual fosse sua rotina. Há tempos não se sentia assim, com essa vontade de ser bonita, de estar bonita pra si mesma.
Olhou-se nua no espelho. As formas acentuadamente arredondadas, mesmo que a seu contragosto, eram delicadas até onde poderiam ser, deixam-na graciosa sem dúvida. As marcas de expressão poucas ainda, são como mapas desenhados pelos inumeros caminhos que percorreu e as dores e alegrias que nele ficaram impressos. O seria necessário redesenhar?
Não, preferia assim, apagar esses traços agora, seria deixar para trás parte da sua história. Não lhe parece mal, quase simpatica, diria bonita até. No mais, nada que um corretivo, base, po, blush, sombra, rimel, lapis não realcem a sua beleza natural, ao menos é isso que diz na propaganda de cada um deles.
Foi conferindo detalhe a detalhe na outra ali na sua frente. Não tinha percebido a graça que a idade confere às mulheres. A mesma idade, que ate poucos dias desconjurava por render-lhe quilos a mais, rugas a mais, preocupações a mais. Sim estava charmosa.
Todas suas roupas, sapatos e bijouterias esparramados pela cama, e nenhuma escolha. Conferiu as horas, só tinha 15 minutos. Detesta atrasos, mesmo sendo ele perdoado às mulheres.
Partiu para o óbvio, o pretinho básico. Básico? Como assim? Quem não tem um mínimo de vaidade sabe que um pretinho básico tem inúmeras variações de acordo com as primeiras, segundas e as inúmeras intenções.
Escolheu um displicente, um decote, e mais nenhuma informação. E os sapatos, salto bem alto, lhe dariam a confiança restante.
Ha anos esperava esse reencontro, adiado, adiado, readiado, odiado, adiado.
Seu anseio por ele, sua vontade e desejo, tinham mudado conforme os anos, e já não sabia mais o que sentir.
Mãos trêmulas... Àquela altura do campeonato não lhe caía bem essas inseguranças juvenis, mas era assim que se sentia; como uma adolescente à espera o primeiro encontro, com o moço-mais-bonito-popular-da-escola.
A voz do outro lado era sua velha conhecida e povoou seu sonhos tantas vezes que ela nem poderia contar. Desde os sonhos mais eróticos aos pesadelos mais assombrosos.
Mas independente disso, a sensação que essa voz despertava, era suave, familiar, aconchegante.
Deu o primeiro passo, olhou antes, quis desenhar na memória subconsciente cada flash daquele momento mágico, pois jamais esqueceria, e a sensação, bem, a sensação era de uma despedida imenente.
Ao entrelaçar dos braços, recostou-se ao ombro e sentiu um calor tão seu conhecido, tão íntimo como os segredos guardados pra si. não quis soltar. Quis parar o tempo
Quis parar o tempo ali naquele instante.
Ouvia as palavras, pronunciava algumas mas seu pensamento estava longe dali.
Um filme era o que via, com trilha sonora melódica, urgente, ouvia, via, mas na sua frente so o filme era projetado, e os protagonistas estavam ali.
Relembrou o primeiro olhar, o desejo inocente e o proíbido. A luta anterior por nao desejar aquilo que não poderia ser seu, o desejo que a consumia. Melhor cativar como amiga. Nao era verdadeira nos gestos ou palavras, por mais que tentasse e ele sabia disso.
Os anos aumentaram a admiração, o desejo tomou forma e contornos, suores, expressões, imediata vontade de extravasar num beijo o que lhe queimava por dentro.
Culpa, revolta, desejo, paixao,amizade,carinho,cuidado, atenção,remorso, e outras sensações que não seriam expressas em palavras. Uma a uma sentidas em sua intensidade.
Segredos seus, ocultos na alma,semi revelados no olhar, mas guardados.
Jamais saberia o quanto ela o amou, ama; até onde um dia esse sentimento se esvaísse naturalmente, como água fluída correndo em direção a correnteza.
Ele não saberia entender, não compreenderia como ela poderia ama-lo em meio a tantas diferenças, como um Canion a separa-los.
Ele razão, frieza disfarçada, comedido,coeso, indiferente,senhor de suas vontades, cheio de medos não admitidos.
Ela emoção, entrega, carinho, romantismo piegas, infantil, incoerente, intensa, apaixonada, cheia de medos admitidos e com urgencia em dar seu amor.
Não, indubitavelmente ele não entenderia como ela conseguia ama-lo a distancia de tempo, razão, circunstância, incoerencia, e principalmente sem recíproca.
Beijos, abraços, afagos. Ela velou seu sono sem conseguir se entregar totalmente.
Controlava suas emoções ou elas revelariam seu segredo. foi quase atriz. Ele não entendeu.
Auto controle não era sua primazia, mas ela tentou.
E o mistério continuaria disfarçado de amizade.
A seu favor ela tinha o excesso de confiança dele, que não o deixariam jamais desconfiar de suas intenções.
Ficou ali horas, olhando cada contorno, desenhando com as pontas dos dedos, como se o tato esculpisse em sua memória o que jamais conseguiria esquecer mesmo que quisesse.
Ele nao entendeu.
Um dia, quando o amor silenciasse ou se fundisse naturalmente a sua história, ela contaria. Ou talvez nem precisasse. Porque o tempo, se encarregaria de tornar tarde demais. E mesmo que restasse alguma esperança, o compromisso firmado de ser amiga leal e fiel a impediria de tomar qualquer outra decisão.
Mas essa noite, ela pôs em cada beijo, cada toque, cada minúncia sua, o amor a ele dedicado. Aos menos em segredo, ela teria um dos seus sonhos realizados.
Um dia talvez ele acorde e se dê conta de que ela o ama, incondicionalmente e apesar dos apesares....

terça-feira, 23 de novembro de 2010

A pecadora

Ela queria pecar.
Sentiu pela primeira vez o gosto do pecado na seiva doce de outros lábios que não os do seu dono. Estremeceu.
Sentiu borbulhar as lavas quentes do vulcão ocultos em si.
O desejo e o gozo inesperado. As mãos trêmulas. O suor impregnado de lascivia no seu corpo. Agora tocado por outro.
Era o pecado. 
Tinha ouvido falar tanto dele, essa vocação terna pelo proibido, o socialmente condenavel.
Ha muito não se sentia assim.
Leve, calma, capaz, sem aquele imediatismo do compromisso, sem a obrigação de ser perfeita.
Sentiu
Desejou
Comandou
Pediu
Despiu
Beijou com desespero
Desejou o sexo e o teve
Gozou como nunca
Pecou
Estava se acostumando a pecar...
A noite, ao lado do seu compromisso frio, da relação desgastada, da falta de amor e de vontade, cumpriria seu papel. Seu sorriso seria sarcástico, seu olhar compadecido.
O pecado lhe daria a paixão. A sensatez a impediria de fugir dali

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

caixa preta

Uma caixa preta
Lacrada
Muito bem lacrada
Correntes e senhas
Chaves escondidas
Vez ou outra deixava uma palavra sair
Colhida como fruta temporã
Sorriso entre segredos
Ocultos na alma
Aqueles sentimentos
Achava-se perdido
Queria passar incólume
Desapercebido
Um papel de um jovem aprendiz
A arte de dissimular
Momentos que guardou pra si
Achou melhor não pular
Esperavam-no do outro lado do rio
A água estava fria
Não quis pular
O calor desconhecido aguardava seu frio
Melhor assim
A distancia aparente era sua proteção
Um ator de um só papel
Se descobria palavras soltas
Já não estava tão seguro
Melhor não arriscar
Uma caixa preta
Lacrada, sacramentada
Esperava poder afrouxar as amarras
Desligado, não percebeu
Não eram tantos segredos assim
A caixa transbordava
E deixou escapar um sorriso
E tudo ficou iluminado

Baseado em fatos reais... te que um dia esses segredos sejam revelados

presente em mim

Próximo
Mesmo ainda que distantes
Não conseguiria ficar tão longe assim
Esta tão vivo dentro de mim
Como sempre esteve
Porque nunca houve partida
E nada mais importa.
Vou vivendo assim
È a melhor maneira
Sem esquecimentos
Sem Adeus
Sem partidas
Sem retornos
Não importa
Esta aqui agora
Mesmo quando esta distante
Indo e vindo
Cada volta é um novo recomeço
Há sempre porquê recomeçar
Um dia novo
A vida que se transforma
Simplesmente por estar aqui
Por que faz parte de mim
A estrada é mais bonita
O caminhar muito mais fácil
Sua presença me da essa sustentação
È o que importa
Sem distancias
Sem partidas
Sem retornos
Simplesmente porque estar aqui
Não importa o que pensam
O que falam
O que pensam
Você é importante
Você estar aqui
Nada mais importa
Você trás o alento
A vontade
A vida
O desejo
O anseio
O meu melhor