Era uma moça baixinha, gordinha, coitada. Sem viço, sem graça nenhuma.
Era um moço bonito, altivo, com toda sorte de graça.
Era uma casa modesta, de barro e palha.
Era uma sala suntuosa, de concreto, de concreto.
Era um pé descalço e roupas rotas
Era um sapato italiano e terno de alfaiate.
Era a fome
Era a gula
Era a bondade
Era a mediocridade
Eram diferentes
Ate o encontro
Se viram na praça
Era fim de tarde
Ela ofereceu uma rosa
Ele ofereceu um nao
Ela era doçura
Ele amargor
Ela cativou-lhe
Ele endureceu
Mas voltou todos os dias
E de tantos nãos
Um dia ganhou uma rosa
Um dia ganhou amor
No outro dia quis oferecer um sim
Ela nao veio
Ela nao veio
Ela nao veio
Sentiu saudades da rosa
Saudades do amor
Trazido pelo vento o jornal
No jornal sua sina
A vendedora de rosas tinha morrido de frio
A tempestade da noite anterior tinha sido rigida demais
Ele ofereceu o choro
E sentiu saudades da rosa
Era uma moça baixinha, gordinha, coitada. Sem viço, sem graça nenhuma.
Era um moço bonito, altivo, com toda sorte de graça.
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