Panos rotos ,esgarçados
O barro sem molde
Tanto pra mim, já não tenho o dom
Um dia quis
O cruzeiro apontava em outra direção
A lua negou o eclípse
Meus pulmões buscam ar
Poderia ter ensinado o caminho
O que foi oferecido era de bom grado
Pés descalços
Mãos calejadas
Do que era tudo?
Os dons perderam-se
Não há roupa
Não há vasos
Só cacos
Giro em torno de mim mesma
Fujo de círculos
Esferas perfeitas
Não há direção concreta
Tento afastar os pesadelos
Era mais fácil não dormir
Grito
Grito
Grito
Sinto muito frio no silêncio
A lua impõe sua presença
Embate com o sol
Briga entre o escuro e a luz
As mãos não encontram apoio
Tesoura, linha, espátula
Não posso dormir
Elas sangram
Pedaços de espelhos entre os dedos
Não suportei meu próprio reflexo
Grito
Grito
Grito
Gelo alivia a dor mas não estanca o sangue
quarta-feira, 25 de agosto de 2010
segunda-feira, 23 de agosto de 2010
Ao Jehan
Ao receber hje a noticia que um amigo faleceu,a saudade me fez perceber a verdadeira importância dos amigos em minha vida.Sem nos vermos há dois anos, quando nos reencontramos há seis meses,ele era so alegria por ter passado num concurso difícil e ter entrado no mestrado. Dias depois sua ligação anunciando a doença e minha promessa de uma visita que não cumpri. Tarde demais. A tristeza me fez perceber que eu poderia ter sido mais presente, que meus amigos são tesouros e o quanto é importante dizer e demonstrar isso.Não posso trazer meu amigo de volta,consertar erros,mudar de opniao,mas antes que seja tarde demais,quero que saiba que vc faz diferença em minha vida e o quanto é importante pra mim. Obrigada por sua amizade.
sexta-feira, 13 de agosto de 2010
Pássaro preso
Pássaro preso em gaiola dourada
Não pia, não canta,
Pássaro viva solto
Ora voava, ora pousava para contemplar a imensidão do céu.
Sua casa, aquele azul límpido era uma casa sem portas ou janelas
Pássaro cheio de cor, energia, vitalidade
Um dia faltou comida
Um dia faltou pouso
Um dia faltou companhia
As vezes, quase sempre faltou amor
Mas não faltava liberdade
Não faltava vontade de voar
Perdeu as esperanças
Cansou de procurar
Ofereceram pouso, comida
Migalhas de amor
Ração cara, gaiola de portas abertas
Foi se deixando prender
Trocou sua liberdade por quase nada
Queria voar não podia
Queria cantar não podia
Queria piar, já não sabia
Arrastava-se pela gaiola
Comia um pouco
Oferecia sua beleza como pagamento
Sentia saudade
Sentia o peito doer
O coração gritar
Mas o pássaro não ia embora
Ficava preso de portas abertas
Resolveu esperar a morte física chegar
Já que pássaro sem canto
Pássaro sem asas
Pássaro sem vôo
Não tem vida, é apenas restos de lembranças
O pássaro desistiu de ser pássaro
Não pia, não canta,
Pássaro viva solto
Ora voava, ora pousava para contemplar a imensidão do céu.
Sua casa, aquele azul límpido era uma casa sem portas ou janelas
Pássaro cheio de cor, energia, vitalidade
Um dia faltou comida
Um dia faltou pouso
Um dia faltou companhia
As vezes, quase sempre faltou amor
Mas não faltava liberdade
Não faltava vontade de voar
Perdeu as esperanças
Cansou de procurar
Ofereceram pouso, comida
Migalhas de amor
Ração cara, gaiola de portas abertas
Foi se deixando prender
Trocou sua liberdade por quase nada
Queria voar não podia
Queria cantar não podia
Queria piar, já não sabia
Arrastava-se pela gaiola
Comia um pouco
Oferecia sua beleza como pagamento
Sentia saudade
Sentia o peito doer
O coração gritar
Mas o pássaro não ia embora
Ficava preso de portas abertas
Resolveu esperar a morte física chegar
Já que pássaro sem canto
Pássaro sem asas
Pássaro sem vôo
Não tem vida, é apenas restos de lembranças
O pássaro desistiu de ser pássaro
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