domingo, 30 de novembro de 2008

bebida versus telefone

Quando a bebida entra a verdade sái. Eis uma verdade indissoluvel, e contrangedora. POde não ser aquela verdade dígina de ser reverenciada, mas a questao é que a bebida dá coragem aos timidos, fracos, mal rsolvidos, medoros e afins. BAsta um gole. Quer dizer, alguns goles, para que aquela verdade reprimida, jorre feito cachoeira. Pior que a ressaca da bebida, é a dor de cabeça que por causa dela, e por ela e com ela, aconteceram. Sentir que nao deveria ter dito "aquilo", a vonatde de que o mundo sumisse, é comum as que compartilham desse mal. Eu sei que isso acontece com toda pessoa com vida sentimental, profissional e pessoal mal resolvida. Nas duas primeiras cerevejas, a alegria se apodera daquele que cujo o coração dilacerado tenta driblar. A quarta, quinta e sexta, começam a produzir no indivíduo o contato com a realidade que ele tentava se esquivar, ja mais deprimido, ele se cala, e, caso continue na mesa e com o copo, a sétima produz o pranto e suas inquietações tornam-se expostas. E ele ou ela tentou evitar ...
Quando a pessoa se da conta do que ja fez, ou melhor, falou, quer ir embora, a vergonha vai chegando com a quase sobriedade.
É nesse momento que vem a pior parte: o contato telefonico.
Eu sei, vc apagou da agenda, achou que tinha apagado... Você em sã consciencia jamais ligaria; mas essa noite vc é vitima da verdade. Aquela angustia no peito, a saudade que doi, a coragem que faltava vem como se fosse um leao rugindo.
Sim vc agora tem corage, ao menos pelo telefone podera falar tudo o que quiser, a presença evitada será uma aliada, afinal por telefone é sempre mais facil.
Vc ja observou em um bar ou buteco, em determinado momento da noite, basta um giro de olhar e vc vê homens e mulheres empunhando seu aliado (celular) em uma conversa interminavel, enquanto os amigos, em vão, tentam dissuadilo (a).
A cena que começa no bar termina la ou em casa mesmo, geralmente com pedido de desculpa, perdao, reconciliação, declaração de amor, adjetivos perjorativos, tudo pode ser diyto naquele momento.
OUtro dia cometi um desses desatinos etilicos, afinal sou como todos os mortais.
Bom outro dia assim como em outros dias rsrs
apos umas, algumas, peguei o telefone e disquei o numero que eu jurava ter esquecido e apagado.
A voz do outro lado parecia nao acrditar. Gaguejei, arumetei, declarei e me expus. Falei de um tempo que não volta, do sentimento reprimido, da saudade que resiste ao tempo. Falei de uma mulher segura decidida, que ali estava fraca, impotente.
é tarde demais, era a voz do outro lado...
Tu tu tu tu tu
Delisguei o telefone, num lampejo de sobriedade vi o quanto estava sendo riducula.
Assumida a culpa, fui dormir, antes um neosaldina, afinal a dor de cabeça era minha velha conhecida.
Um conselho de amiga: desligue o telefone quando for beber. É uma medida preventiva eficaz, pode ter certeza disso. Mas se nao conseguir evitar, apagar o numero da agenda ou da memoria, apele para a amnesia alcoolica.
Poucos acreditam, mas quem podera provar?

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Desabafo de uma filha

Querida mãe;
Escrevo sem saber quando entregarei a carta ou se você lerá esse desabafo. Tenho meu próprio tempo, mesmo quando não sei como aproveitá-lo.
Passei os últimos anos da minha vida na estrada, procurando me estabelecer como profissional, como pessoa e mulher. A cada km rodado, uma busca frenética pela realização profissional, social e pessoal, deixando para trás o passado, a família e os amigos, e muitos sonhos.
Ao contrário do que a maioria das pessoas pensam, nunca deixei para trás a saudade. Ela foi minha grande e única companhia e hoje, minha eterna companheira.
Mas a tristeza se faz presente em forma de lembranças; cada uma delas acompanhada de lágrima de dor, muita dor.
Me esforço já quase sem forças, para que as lembranças dos bons momentos sejam mais vivas que as dos maus, no entanto as feridas deixadas não cicatrizaram totalmente, e os bons momentos consolam e amenizam as dores deixadas com elas.
Quando foi que todo mal se instalou?Onde foi que erramos pela primeira vez? Qual foi nossa parcela de culpa? São perguntas cuja as respostas não sei ao certo...
Muitas vezes quando a solidão foi mais forte que eu, me lembrava dos almoços de domingo na casa da vovó Elisa, após a escola dominical. Conversa alta, bagunça, os corinhos, e todos juntos.
Também me apego às recordações das viagens ao Bisnau, nossa predileta por vários motivos: pelo encontro com meu pai, comida da vovó, história do vovô, bacia de alumínio na hora do banho, água esquentada, lamparina, pamonha, seu medo de sapo...
Porque tudo mudou?Porque não pode mais ser como antes?
Porque não posso voltar atrás num tempo em que ao menos eu acreditava ser feliz.
Sei dos incontáveis erros que cometi, alguns deles imperdoáveis. Alguns porque quis, outros sem querer ou perceber, outros para os quais não tenho explicação.
Quem nunca errou?
Tantas vezes fui julgada , criticada, apedrejada; tantas vezes fiz a mesma coisa.
Sempre lutei muito para unir a família em todos os bons e maus momentos, e hoje, sinto-me impotente frustada por não conseguir.
Na trilogia do tempo tenho ficado para trás. Cada um da nossa família parece ter encontrado e seguido seu caminho e criou raizes. E eu?
Como folhas de outono, fico perdida no vento ao sabor do tempo.
Não sou a mulher, a filha, a irma, a enfermeira, a amiga que todos queriam que eu fosse. Sou apenas eu, com todos os meus defeitos e algumas qualidades. Ser feliz hoje, me parece um sonho muito distante de mim.
Mesmo longe amo você e minha familia, e mesmo distante vocês são parte do que eu sou

A culpa é so minha

Entre as pessoas que marcaram a minha vida, tento encontrar as culpas de todas as minhas decepções.
Se me apaixonei pelo meu amigo homessexual a culpa não foi dele, afinal ele até deu todos os indícios e eu não quis ver.
Se eu e minha família sempre vivemos em pé de guerra, a culpa é minha.
Se me apaixonei pelo meu melhor amigo a culpa foi minha, se perdi a pessoa certa a culpa é minha; se reprovei na escola, na faculdade, a culpa foi minha. Se minha mãe não é o meu melhor exemplo de mãe, se não é compreensiva, a culpa é minha, se não sou bem sucecida profissionalmente a culpa é minha, se sou gorda, magra, ambiciosa, boazinha, mentirosa, pregriçosa, a culpa é minha. Se amei não fui amada a culpa é minha, se trai e fui traida a culpa é minha. Tenho que assumir.
Se sou boazinha e as pessoas fazem o que querem de mim e tiram proveito disso, a culpa é minha. Fui eu quem quiz, aceitei e me dediquei. Fui eu que me enganei.
Se me trairam a confiança, minha amizade de novo e de novo; culpa minha. Eu confiei demais, eu não quis a verdade, eu me deixei levar pelas falsas esperanças de que as pessoas fossem como eu.
Se eu muitas vezes quebrei a cara, culpa minha.
Se levei pancada, fui dilacerada, maltratada, difamada, blasfemada, torturada, mal- amada, iludida, perseguida, mal quista, pessimista: culpa minha.
Se errei, blasfemei, não quis ver, ouvir, sentir, pedir, implorar, falar, calar: culpa minha.
Senhora de todas as minhas assumidas culpas, revejo os meus valores e percebo que o papel de coitadinha não me cái bem.
Se sou eu a culpada, porque sofro procurando em outros e nos outros, as respostas para as minhs perguntas?
...
Assumidas as culpas e os erros, remanejo a força da minha raiva e despeito em minha direção.
Parar de assumir o papel de coitada com baixa auto estima e sem vontade nenhuma e seguir adiante parece uma decisão rápida demais pra mim. Mas ninguém a fará por mim.
è a minha hora de dizer FODA-SE e trilhar outros caminhos, tão cheios de culpas como os de agora, mas onde EU tomo a decisão de ser culpada ou não.
Se VOCÊ quer me magoar, ferir, trair, ursupar, depende de mim dizer NÃO.
Se você quiser me amar, zombar do meu amor e amizade, se você me desprezar e não der atenção aos meus valores, depende mim permitir ou não.
Nesse instamte a culpada se retira do palco para entrar em cena uma outra atriz já mais conhecida, que quer entrar em cena no papel principal, a da forte e poderosa protagonista de sua própria vida.
O papel de coadjuvante ja não lhe cai bem.