segunda-feira, 24 de novembro de 2008

A culpa é so minha

Entre as pessoas que marcaram a minha vida, tento encontrar as culpas de todas as minhas decepções.
Se me apaixonei pelo meu amigo homessexual a culpa não foi dele, afinal ele até deu todos os indícios e eu não quis ver.
Se eu e minha família sempre vivemos em pé de guerra, a culpa é minha.
Se me apaixonei pelo meu melhor amigo a culpa foi minha, se perdi a pessoa certa a culpa é minha; se reprovei na escola, na faculdade, a culpa foi minha. Se minha mãe não é o meu melhor exemplo de mãe, se não é compreensiva, a culpa é minha, se não sou bem sucecida profissionalmente a culpa é minha, se sou gorda, magra, ambiciosa, boazinha, mentirosa, pregriçosa, a culpa é minha. Se amei não fui amada a culpa é minha, se trai e fui traida a culpa é minha. Tenho que assumir.
Se sou boazinha e as pessoas fazem o que querem de mim e tiram proveito disso, a culpa é minha. Fui eu quem quiz, aceitei e me dediquei. Fui eu que me enganei.
Se me trairam a confiança, minha amizade de novo e de novo; culpa minha. Eu confiei demais, eu não quis a verdade, eu me deixei levar pelas falsas esperanças de que as pessoas fossem como eu.
Se eu muitas vezes quebrei a cara, culpa minha.
Se levei pancada, fui dilacerada, maltratada, difamada, blasfemada, torturada, mal- amada, iludida, perseguida, mal quista, pessimista: culpa minha.
Se errei, blasfemei, não quis ver, ouvir, sentir, pedir, implorar, falar, calar: culpa minha.
Senhora de todas as minhas assumidas culpas, revejo os meus valores e percebo que o papel de coitadinha não me cái bem.
Se sou eu a culpada, porque sofro procurando em outros e nos outros, as respostas para as minhs perguntas?
...
Assumidas as culpas e os erros, remanejo a força da minha raiva e despeito em minha direção.
Parar de assumir o papel de coitada com baixa auto estima e sem vontade nenhuma e seguir adiante parece uma decisão rápida demais pra mim. Mas ninguém a fará por mim.
è a minha hora de dizer FODA-SE e trilhar outros caminhos, tão cheios de culpas como os de agora, mas onde EU tomo a decisão de ser culpada ou não.
Se VOCÊ quer me magoar, ferir, trair, ursupar, depende de mim dizer NÃO.
Se você quiser me amar, zombar do meu amor e amizade, se você me desprezar e não der atenção aos meus valores, depende mim permitir ou não.
Nesse instamte a culpada se retira do palco para entrar em cena uma outra atriz já mais conhecida, que quer entrar em cena no papel principal, a da forte e poderosa protagonista de sua própria vida.
O papel de coadjuvante ja não lhe cai bem.

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