sábado, 27 de agosto de 2011
Só quando sonho
Os dias passam lentamente
Mas sinto que estou mais velha
depois que o vi, depois da última vez
Mentiras e desculpas me deixaram mais fria
Menos dócil do que já fui
Minhas crenças me impedem de vê-lo como ja vi
Até porque percebi que já não existem
E tudo o que nos separa
Idade
Vontade
pensamento
Sentimento
Distância
Desaparecem quando sonho com você
Só quando sonho
Por aí sem você
Você sem mim
Escolhas suas
Covardia minha
Meu pensamento está em você
Estou em você
Mas você já não está em mim
E ainda assim sonho
Por aí, onde estou só
Mas você reaparece no meio da noite
Quando sonho com você
Só quando sonho
A distância parece aumentar
Já não nos falamos mais
Não há mensagens soltas
Um olá meio sem jeito
Falta tempo?
E tudo o que nos separa
Idade
Vontade
pensamento
Sentimento
Distância
Desaparecem quando sonho com você
Só quando sonho
sexta-feira, 26 de agosto de 2011
Lembranças e re lembranças
Mais perto quero estar meu Deus de ti....
Hoje enquanto arrumava o quarto da minha mãe e vi a foto da minha avó dentro do guarda roupa, foi essa a música que ouvi. Quase pude senti-la cantando do meu lado.
Forte, afinada, determinada.
Essa era Dona Elizabeth.
Ainda hoje não encontrei nenhuma parecida.
Tenho sentido tanta saudade.
Semana que vem faz um ano que ela se foi, da maneira que merecia por tudo o que fez pela família, amigos, poe qualquer pessoa que precisasse: dormindo.
Nesses dias em que todos os meus fantasmas resolveram me atormentar, peço a ela em prantos que rogue por mim, assim como fez todos os dias desde que eu nasci.
Tenho precisado tanto de amor, de afeto, do tipo que ela me oferecia com seu jeito particular e dos quais hoje não tenho nem em migalhas.
Não posso dizer que estou sentindo falta de alguém específico.
Sinto falta de amor, em todas as suas formas, em qualquer quantidade.
Eu e ele nunca andamos na mesma direção, por mais que eu o sentisse dentro de mim, não recebê-lo me manteve afastada dele.
Ouço que pai e mãe te amam de verdade, que família te ama de verdade, que Deus te ama de verdade.
De Deus não ouso reclamar, me amou e ama até quando não mereço e seu amor deveria me bastar.
Mas sou humana e sinto falta de amor humano, nem que seja do pouco desse amor.
Afeto, carinho, atenção, cordialidade, esses sentimentos menos expressivos que o amor, porém não menos importantes eu consegui de poucos e raros amigos, meus avós (maternos e meu avô paterno)um ou outro familiar e um outro relacionamento.
Vale ressaltar aqui, nunca vivi um amor. Amei, me apaixonei, mas nunca vivi um amor homem-mulher, porque nunca fui amada. E pra minha desilusão, admito hoje com vergonha, que criei cada uma dessas minhas histórias, que na verdade nunca existiram, e se existiram, só na minha cabeça criativa de donzela sonhadora.
Tenho até evitado assistir dramas, comédias românticas ou filmes do gênero, porque a cada história, minha falência sentimental fica ainda mais assustadora e minha existência, simplesmente deprimente.
Consegui usando algumas artimanhas relações físicas, com pouco ou nenhum envolvimento da outra parte que me permitiram poder contar alguma dessas histórias e assim não ter que admitir vergonhosamente para as outras pessoas que nunca, realmente tive um relacionamento verdadeiro, só ficções que minha ilusão tornaram realidade, minha realidade.
Quando via e vejo meus amigos com seus pais, sinto uma inveja comiseradora, que corrói minha alma, já que desejava aquele amor pra mim. Nunca soube o que é um abraço de carinho ou consolo de pai ou de mãe. Nunca soube o que é ter a mãe ao seu lado na cama num dia de febre, ou abraçada a você num dia ruim. Nunca soube o que é o calor do abraço de pai numa tarde chuvosa ou no momento mais difícil da minha vida. Na minha casa, afeto, amor, abraço e beijo não era nem é um hábito. Que fique bem claro que não duvido dos sentimentos de mãe da minha ou de pai, apenas eles nunca conseguiram demonstrar.
Ao longo da minha vida, não anotei as noites em que fui dormir chorando porque ouvia as brigas e acusações dos meus pais, ou quando fazia alguma asneira pra chamar atenção e o que conseguia era que eles me acusassem ainda mais, se voltassem ainda mais contra mim. Houve dias em que ficou muito claro que eu me tornava persona non grata a cada atitude ruim minha.
Estou tentando escrever sobre cada momento ruim, sobre cada pesadelo que vivi sem que meus pais e irmas ao menos tivessem a curiosidade de saber mesmo estando junto a mim. Mas sempre que sento e começo a relembrar, sinto dores fortes, insuportáveis, que vão me dilacerando, me consumindo pouco a pouco, deixando quase nada do que já não há. vontade de viver.
E eu não tenho. Nenhuma.
Sem hipocrisia e mediocridade, do tipo : vc deveria se espelhar nas pessoas com câncer; vc deveria ter vergonha, não te falta nada, muitas pessoas têm menos que você e querem viver. NÃO.
N.A.O
Há dois anos peço a Deus que leve minha vida em troca da saúde do meu sobrinho que precisa muito mais que eu, que deseja ardentemente viver e eu não. E não é de hoje, tenho desistido da minha vida há anos só que ninguém quis notar.
Peço a Deus pois minhas convicções religiosas contradizem minhas intenções, no entanto nem delas resta muito.
A única coisa que sempre quis foi amor, o que mais quis e não tive.
Algumas das minhas vaidades foram satisfeitas e perdidas por não merecimento.
Perdi meu trabalho, meu reconhecimento profissional, muitos amigos, uma grande paixão, minha vida pessoal.
O pouco que consegui adquirir de beleza exterior e auto estima também foi deteriorada aos poucos, o que vejo no espelho é uma mulher gorda, feia, de pele acneica e asquerosa, de cabelos maltratados, que mal troca de roupa, que vive de chinelos baratos, tão diferentes do salto que tanto gosto.
Ainda assim querem mesmo que eu tenha vontade de viver?
Há dias não saio nem na calçada, medo de encontrar alguem que me diga de boa vontade que:
- isso é uma fase que vai passar.
O olhar compassivo, de pena, o balançar da cabeça indicam que aquela pessoa pensa como eu, mas que não tem coragem suficiente pra dizer porque a convencionalidade social da compaixão não deixa.
E quando penso que tudo estava perdido e que minha vida estava suficientemente ruim, feia, sem vida social e vivendo de domestica barata e sem perspectiva, as coisas se encarregam de ficar pior e vem um outro monstro inocente pra deixar tudo pior.
Como posso dar amor agora se eu nao sei mais o que ele significa?
Como posso amar se não quero viver?
Já não sou mais eu, lutando pela morte, há alguem querendo uma vida que não lhe pertence: a minha.
Mais dia ou menos dia irei tomar coragem e colocar um fim a tudo isso.
Sem remorço, sem culpa, sem adeus.
Vou estar serena. Assumirei as consequencias espirituais, onde os fantasmas serão mais fortes e aterrorizantes que os de agora.
Alguns sentirão a perda, poucos a ausência e por fim a maioria cairá no esquecimento.
Afinal, é como se eu ja não estivesse mais aqui.
Levarei a certeza que amei muito. Algumas pessoas com verdadeira adoração.
Até la, ficarei aqui, no meu jazigo existencial.
Na causa mortis: falência multipla da esperança por inexistência de amor
Mais perto quero estar meu Deus de ti....
Hoje enquanto arrumava o quarto da minha mãe e vi a foto da minha avó dentro do guarda roupa, foi essa a música que ouvi. Quase pude senti-la cantando do meu lado.
Forte, afinada, determinada.
Essa era Dona Elizabeth.
Ainda hoje não encontrei nenhuma parecida.
Tenho sentido tanta saudade.
Semana que vem faz um ano que ela se foi, da maneira que merecia por tudo o que fez pela família, amigos, poe qualquer pessoa que precisasse: dormindo.
Nesses dias em que todos os meus fantasmas resolveram me atormentar, peço a ela em prantos que rogue por mim, assim como fez todos os dias desde que eu nasci.
Tenho precisado tanto de amor, de afeto, do tipo que ela me oferecia com seu jeito particular e dos quais hoje não tenho nem em migalhas.
Não posso dizer que estou sentindo falta de alguém específico.
Sinto falta de amor, em todas as suas formas, em qualquer quantidade.
Eu e ele nunca andamos na mesma direção, por mais que eu o sentisse dentro de mim, não recebê-lo me manteve afastada dele.
Ouço que pai e mãe te amam de verdade, que família te ama de verdade, que Deus te ama de verdade.
De Deus não ouso reclamar, me amou e ama até quando não mereço e seu amor deveria me bastar.
Mas sou humana e sinto falta de amor humano, nem que seja do pouco desse amor.
Afeto, carinho, atenção, cordialidade, esses sentimentos menos expressivos que o amor, porém não menos importantes eu consegui de poucos e raros amigos, meus avós (maternos e meu avô paterno)um ou outro familiar e um outro relacionamento.
Vale ressaltar aqui, nunca vivi um amor. Amei, me apaixonei, mas nunca vivi um amor homem-mulher, porque nunca fui amada. E pra minha desilusão, admito hoje com vergonha, que criei cada uma dessas minhas histórias, que na verdade nunca existiram, e se existiram, só na minha cabeça criativa de donzela sonhadora.
Tenho até evitado assistir dramas, comédias românticas ou filmes do gênero, porque a cada história, minha falência sentimental fica ainda mais assustadora e minha existência, simplesmente deprimente.
Consegui usando algumas artimanhas relações físicas, com pouco ou nenhum envolvimento da outra parte que me permitiram poder contar alguma dessas histórias e assim não ter que admitir vergonhosamente para as outras pessoas que nunca, realmente tive um relacionamento verdadeiro, só ficções que minha ilusão tornaram realidade, minha realidade.
Quando via e vejo meus amigos com seus pais, sinto uma inveja comiseradora, que corrói minha alma, já que desejava aquele amor pra mim. Nunca soube o que é um abraço de carinho ou consolo de pai ou de mãe. Nunca soube o que é ter a mãe ao seu lado na cama num dia de febre, ou abraçada a você num dia ruim. Nunca soube o que é o calor do abraço de pai numa tarde chuvosa ou no momento mais difícil da minha vida. Na minha casa, afeto, amor, abraço e beijo não era nem é um hábito. Que fique bem claro que não duvido dos sentimentos de mãe da minha ou de pai, apenas eles nunca conseguiram demonstrar.
Ao longo da minha vida, não anotei as noites em que fui dormir chorando porque ouvia as brigas e acusações dos meus pais, ou quando fazia alguma asneira pra chamar atenção e o que conseguia era que eles me acusassem ainda mais, se voltassem ainda mais contra mim. Houve dias em que ficou muito claro que eu me tornava persona non grata a cada atitude ruim minha.
Estou tentando escrever sobre cada momento ruim, sobre cada pesadelo que vivi sem que meus pais e irmas ao menos tivessem a curiosidade de saber mesmo estando junto a mim. Mas sempre que sento e começo a relembrar, sinto dores fortes, insuportáveis, que vão me dilacerando, me consumindo pouco a pouco, deixando quase nada do que já não há. vontade de viver.
E eu não tenho. Nenhuma.
Sem hipocrisia e mediocridade, do tipo : vc deveria se espelhar nas pessoas com câncer; vc deveria ter vergonha, não te falta nada, muitas pessoas têm menos que você e querem viver. NÃO.
N.A.O
Há dois anos peço a Deus que leve minha vida em troca da saúde do meu sobrinho que precisa muito mais que eu, que deseja ardentemente viver e eu não. E não é de hoje, tenho desistido da minha vida há anos só que ninguém quis notar.
Peço a Deus pois minhas convicções religiosas contradizem minhas intenções, no entanto nem delas resta muito.
A única coisa que sempre quis foi amor, o que mais quis e não tive.
Algumas das minhas vaidades foram satisfeitas e perdidas por não merecimento.
Perdi meu trabalho, meu reconhecimento profissional, muitos amigos, uma grande paixão, minha vida pessoal.
O pouco que consegui adquirir de beleza exterior e auto estima também foi deteriorada aos poucos, o que vejo no espelho é uma mulher gorda, feia, de pele acneica e asquerosa, de cabelos maltratados, que mal troca de roupa, que vive de chinelos baratos, tão diferentes do salto que tanto gosto.
Ainda assim querem mesmo que eu tenha vontade de viver?
Há dias não saio nem na calçada, medo de encontrar alguem que me diga de boa vontade que:
- isso é uma fase que vai passar.
O olhar compassivo, de pena, o balançar da cabeça indicam que aquela pessoa pensa como eu, mas que não tem coragem suficiente pra dizer porque a convencionalidade social da compaixão não deixa.
E quando penso que tudo estava perdido e que minha vida estava suficientemente ruim, feia, sem vida social e vivendo de domestica barata e sem perspectiva, as coisas se encarregam de ficar pior e vem um outro monstro inocente pra deixar tudo pior.
Como posso dar amor agora se eu nao sei mais o que ele significa?
Como posso amar se não quero viver?
Já não sou mais eu, lutando pela morte, há alguem querendo uma vida que não lhe pertence: a minha.
Mais dia ou menos dia irei tomar coragem e colocar um fim a tudo isso.
Sem remorço, sem culpa, sem adeus.
Vou estar serena. Assumirei as consequencias espirituais, onde os fantasmas serão mais fortes e aterrorizantes que os de agora.
Alguns sentirão a perda, poucos a ausência e por fim a maioria cairá no esquecimento.
Afinal, é como se eu ja não estivesse mais aqui.
Levarei a certeza que amei muito. Algumas pessoas com verdadeira adoração.
Até la, ficarei aqui, no meu jazigo existencial.
Na causa mortis: falência multipla da esperança por inexistência de amor
Beleza
FEIOSA FEIOSA FEIOSA!
Ainda posso ouvir os gritos e as gargalhadas dos coleguinhas da minha sala ainda nas primeiras séries. Me encolhia toda, sentia vergonha, mas naquela idade, não sabia me defender, nem minha inocência fazia ideia da crueldade que pode existir em alguem, mesmo na infância.
Não era a mais feia e estava longe de ser bonita. lembro-me bem que compartilhava com minha amiga Brisa (ela tinha um problema dermatológico no pescoço, órfã criada pela avó) desses xingamentos. Muitas vezes choramos juntas.
Eu parecida gostar de sofrer, pois convivia a maior parte do tempo com as meninas mais bonitas . De duas uma: ou eu tinha prazer sádico em ver minha feiura realçada ou me sentia privilegiada por andar com as meninas mais populares. Quem quiser entender essa minha idiotice infantil, basta assistir a esses besteirois americanos, sempre tem uma linda, loira magra, popular, cercada de CDFs feiosas e desengonçadas.
Quantas vezes chorei no banheiro, chegava em casa arrasada e ninguém percebia, nunca perguntaram. E família é sempre importante para te lembrar que o que é ruim, pode sim piorar, em casa ouvia comentários sarcásticos e cruéis também.
E como esquecer os parentes, esses também foram parte importante desse contexto, já que minhas bondosas primas me excluiam e me lembravam da minha aparência menos "favorecida".
Quanto tempo durou essa fase?
Pois eu conto sem pestanejar:
- Até a faculdade
Claro, todo esse ataque a minha auto estima passou por diferentes períodos, até porque com meu desenvolvimento aprendi a me defender ou a usar outros atributos pra chamar a atenção. Mas o "feiosa, boboca" passou de gritos e risadas para comentarios maldosos, sussurros em corredores ou cartinhas maliciosas.
Ahhh alguém quer saber porque escrever sobre isso hoje?
Será que não superei isso?
Posso ate ver um ou dois cartões de um bom analista sendo-me oferecidos por alguns mais compadecidos.
A resposta é muito simples, tenho sido atormentada por alguns fantasmas do passado e esse, é um deles. Já não provoca tanto medo como antes, posso até dizer que me adaptei a ele, mas a questão é que, hoje ele se manifestou através de fotografias antigas.
Em tempos de siglas de significados catalogados, o que antes eram simples apelidos hoje é chamado de bulling. No fundo, a mudança de nome não mudou os estragos que passar por isso pode fazer na auto estima de alguém e por consequência em sua vida, nas suas atitudes.
Não foi mais fácil na primeira série do que no primeiro colegial. Se me olhar por alguns minutos no espelho, vou enxergar as minhas faces e fases e todas as vezes em que me olhei e desejei ser outra pessoa; ser mais bonita, mais encantadora, ser popular.
Vou me lembrar de todos os príncipes encantados que não me olhavam, de todas as paixões não vividas, de todas as esperanças perdidas. Simplesmente pelo medo da não aceitação ou de não me achar "tão bela", tão capaz de conquistar alguém.
E não fui mesmo, encarar a realidade é difícil.
Que atire a primeira pedra a mulher que não desejou ser mais alta, mais magra, ter cabelos de propaganda de shampu. Ser Xuxa, Luisa Brunet, Giseles, Anas Hickmans, Arósios. Que tenha a coragem de admitir que paga uma fortuna para, ao menos, ficar "melhorzinha".
Essa coisa de amor próprio, caráter, beleza interior determina quem você é e como você vai viver, mas, na hora da conquista, do olho no olho, não adianta ser hipócrita, Vinícius sabia o que dizia:
Me desculpe os feios, mas beleza é fundamental.
FEIOSA FEIOSA FEIOSA!
Ainda posso ouvir os gritos e as gargalhadas dos coleguinhas da minha sala ainda nas primeiras séries. Me encolhia toda, sentia vergonha, mas naquela idade, não sabia me defender, nem minha inocência fazia ideia da crueldade que pode existir em alguem, mesmo na infância.
Não era a mais feia e estava longe de ser bonita. lembro-me bem que compartilhava com minha amiga Brisa (ela tinha um problema dermatológico no pescoço, órfã criada pela avó) desses xingamentos. Muitas vezes choramos juntas.
Eu parecida gostar de sofrer, pois convivia a maior parte do tempo com as meninas mais bonitas . De duas uma: ou eu tinha prazer sádico em ver minha feiura realçada ou me sentia privilegiada por andar com as meninas mais populares. Quem quiser entender essa minha idiotice infantil, basta assistir a esses besteirois americanos, sempre tem uma linda, loira magra, popular, cercada de CDFs feiosas e desengonçadas.
Quantas vezes chorei no banheiro, chegava em casa arrasada e ninguém percebia, nunca perguntaram. E família é sempre importante para te lembrar que o que é ruim, pode sim piorar, em casa ouvia comentários sarcásticos e cruéis também.
E como esquecer os parentes, esses também foram parte importante desse contexto, já que minhas bondosas primas me excluiam e me lembravam da minha aparência menos "favorecida".
Quanto tempo durou essa fase?
Pois eu conto sem pestanejar:
- Até a faculdade
Claro, todo esse ataque a minha auto estima passou por diferentes períodos, até porque com meu desenvolvimento aprendi a me defender ou a usar outros atributos pra chamar a atenção. Mas o "feiosa, boboca" passou de gritos e risadas para comentarios maldosos, sussurros em corredores ou cartinhas maliciosas.
Ahhh alguém quer saber porque escrever sobre isso hoje?
Será que não superei isso?
Posso ate ver um ou dois cartões de um bom analista sendo-me oferecidos por alguns mais compadecidos.
A resposta é muito simples, tenho sido atormentada por alguns fantasmas do passado e esse, é um deles. Já não provoca tanto medo como antes, posso até dizer que me adaptei a ele, mas a questão é que, hoje ele se manifestou através de fotografias antigas.
Em tempos de siglas de significados catalogados, o que antes eram simples apelidos hoje é chamado de bulling. No fundo, a mudança de nome não mudou os estragos que passar por isso pode fazer na auto estima de alguém e por consequência em sua vida, nas suas atitudes.
Não foi mais fácil na primeira série do que no primeiro colegial. Se me olhar por alguns minutos no espelho, vou enxergar as minhas faces e fases e todas as vezes em que me olhei e desejei ser outra pessoa; ser mais bonita, mais encantadora, ser popular.
Vou me lembrar de todos os príncipes encantados que não me olhavam, de todas as paixões não vividas, de todas as esperanças perdidas. Simplesmente pelo medo da não aceitação ou de não me achar "tão bela", tão capaz de conquistar alguém.
E não fui mesmo, encarar a realidade é difícil.
Que atire a primeira pedra a mulher que não desejou ser mais alta, mais magra, ter cabelos de propaganda de shampu. Ser Xuxa, Luisa Brunet, Giseles, Anas Hickmans, Arósios. Que tenha a coragem de admitir que paga uma fortuna para, ao menos, ficar "melhorzinha".
Essa coisa de amor próprio, caráter, beleza interior determina quem você é e como você vai viver, mas, na hora da conquista, do olho no olho, não adianta ser hipócrita, Vinícius sabia o que dizia:
Me desculpe os feios, mas beleza é fundamental.
domingo, 14 de agosto de 2011
Dia dos Pais
Há muito tempo não escrevo; talvez seja a falta de inspiração ou o próprio medo de ser repetitiva. Mas hoje, dia dos pais, não teve jeito, acordei nostálgica.
Me lembrei de quando era criança e acordava com a voz grave do meu pai me chamando para ir comprar pão. Ele nunca estava em casa por causa do trabalho, e se estava, para mim e minhas irmãs era o momento de ter nossas vontades infantis satisfeitas.
Carinhoso, brincalhão, atencioso, esse é o pai do qual me lembro. Do homem forte que abraçava, que nos levava para pescaria, ao clube, para jantar fora. Ainda é firme nas minhas lembranças a minha saudade, a minha admiração, o meu amor do qual hoje, parece restar tão pouco.
Todo mundo dizia que éramos parecidos, quando criança isso fazia algum significado, hoje é quase uma ofensa.
Nossa ligação foi se perdendo em meio a gritos, violência, acusações, cobranças, culpas, alcoolismo; brigas intermináveis que deixaram em mim feridas ora cicatrizadas ora abertas em chagas que ainda doem muito.
Discorrer quem foi mais ou menos culpado na nossa história seria inútil, agora é tarde demais para tentar reparar danos que o tempo tratou de torna-los irreparaveis.
Com passar dos anos, meus avós foram ocupando um espaço antes dedicado a um só homem e passei a ver neles a figura de pai que eu havia perdido. Não que eu não os admirasse e amasse, mas eles se tornaram peças fundamentais na construção do meu caráter.
Meu avô Marcides por estar mais perto, foi um grande responsável pela adulta que eu sou. Com sua integridade, honestidade e carisma, me mostraram que eu devia ser mais humilde e assim conquistar as pessoas pelo que eu sou. Ainda busco muito da simplicidade dele e claro, da sua maneira de achar graça e tudo, em qualquer ocasião. Num dia como hoje, não tê-lo aqui será ainda mais difícil.
Do meu avô Leônidas eu tenho muito, idealista, sonhador, leitor assíduo, dedicado, entregue, essa sou eu, sua versão feminina. Não tenho a pretensão de ser como ele, mas o que herdei, faz e mim uma pessoa melhor. Sempre que posso, apesar da distância estou com ele, ouvindo suas histórias sobre a vida e nossos antepassados. Não fico entediada, respeito o sono que a velhice trouxe e cada momento ao seu lado são únicos, maneiras especiais de viver um dia por vez se aprender com ele o máximo que eu puder.
Apesar das mágoas e das feridas abertas, ao contrário do que pensam ao meu respeito, sinto pelo meu pai um carinho e uma compaixão que só a ligação de sangue pode explicar. Desejo todos os dias que ele mude suas atitudes, que construa uma nova história, que veja a sua própria vida com menos rancor e frustração e que passe a dar valor nas coisas realmente significativas como Deus, família, união sua saúde.
Não nos falamos mais, mas nesse dia dos Pais minhas orações serão para que Deus restaure nele as coisas boas que ele tinha e que talvez ainda tenha guardado e quem sabe um dia, um abraço sele nossa reconciliação. porque faz falta, faz muita falta o amor de pai.
Há muito tempo não escrevo; talvez seja a falta de inspiração ou o próprio medo de ser repetitiva. Mas hoje, dia dos pais, não teve jeito, acordei nostálgica.
Me lembrei de quando era criança e acordava com a voz grave do meu pai me chamando para ir comprar pão. Ele nunca estava em casa por causa do trabalho, e se estava, para mim e minhas irmãs era o momento de ter nossas vontades infantis satisfeitas.
Carinhoso, brincalhão, atencioso, esse é o pai do qual me lembro. Do homem forte que abraçava, que nos levava para pescaria, ao clube, para jantar fora. Ainda é firme nas minhas lembranças a minha saudade, a minha admiração, o meu amor do qual hoje, parece restar tão pouco.
Todo mundo dizia que éramos parecidos, quando criança isso fazia algum significado, hoje é quase uma ofensa.
Nossa ligação foi se perdendo em meio a gritos, violência, acusações, cobranças, culpas, alcoolismo; brigas intermináveis que deixaram em mim feridas ora cicatrizadas ora abertas em chagas que ainda doem muito.
Discorrer quem foi mais ou menos culpado na nossa história seria inútil, agora é tarde demais para tentar reparar danos que o tempo tratou de torna-los irreparaveis.
Com passar dos anos, meus avós foram ocupando um espaço antes dedicado a um só homem e passei a ver neles a figura de pai que eu havia perdido. Não que eu não os admirasse e amasse, mas eles se tornaram peças fundamentais na construção do meu caráter.
Meu avô Marcides por estar mais perto, foi um grande responsável pela adulta que eu sou. Com sua integridade, honestidade e carisma, me mostraram que eu devia ser mais humilde e assim conquistar as pessoas pelo que eu sou. Ainda busco muito da simplicidade dele e claro, da sua maneira de achar graça e tudo, em qualquer ocasião. Num dia como hoje, não tê-lo aqui será ainda mais difícil.
Do meu avô Leônidas eu tenho muito, idealista, sonhador, leitor assíduo, dedicado, entregue, essa sou eu, sua versão feminina. Não tenho a pretensão de ser como ele, mas o que herdei, faz e mim uma pessoa melhor. Sempre que posso, apesar da distância estou com ele, ouvindo suas histórias sobre a vida e nossos antepassados. Não fico entediada, respeito o sono que a velhice trouxe e cada momento ao seu lado são únicos, maneiras especiais de viver um dia por vez se aprender com ele o máximo que eu puder.
Apesar das mágoas e das feridas abertas, ao contrário do que pensam ao meu respeito, sinto pelo meu pai um carinho e uma compaixão que só a ligação de sangue pode explicar. Desejo todos os dias que ele mude suas atitudes, que construa uma nova história, que veja a sua própria vida com menos rancor e frustração e que passe a dar valor nas coisas realmente significativas como Deus, família, união sua saúde.
Não nos falamos mais, mas nesse dia dos Pais minhas orações serão para que Deus restaure nele as coisas boas que ele tinha e que talvez ainda tenha guardado e quem sabe um dia, um abraço sele nossa reconciliação. porque faz falta, faz muita falta o amor de pai.
Assinar:
Postagens (Atom)