terça-feira, 22 de fevereiro de 2022

 Que dor é essa 

Corrompeu meus sonhos 

Transformaram se em veneno 

Do qual eu, envenenada,

 Sucumbi a letalidade do sofrimento 

Que crueldade essa,

A dos sentimentos 

Que transforma o ser em prisioneiro do mal 

Vítima predileta do algoz amor

Perdida em lamaçal pútrido do se apaixonar 

Preterida ao desprezo de não ser recíproco. 

Vai contorcendo se em chagas 

Latejando horror 

Sorve sua dose de veneno anti amor 

Desce ao fim do caos









Me odeio

 Me odeio por não odiar você

Odiando me afastaria 

Quem sabe esqueceria 

Que não consigo odiar você 


Me odeio por procurar 

Uma forma alguma maneira 

De você me aproximar 

Em vão buscando alívio 

Dessa saudade esse martírio 

Que é amar querendo odiar 


Me odeio por tantas vezes 

Sonhar contigo em meus braços 

Ardendo de fogo e vontade 

Perdendo me na indignidade 

Que é desejar quem não posso ter 

Amar sem ser amada 

Vivendo de migalhas 

Me odiando por te querer 


Me odeio porque não durmo 

E se adormeço sonho contigo 

Buscando em mim sua força 

Eu em ti equilíbrio 

E quando acordo sozinha 

As vezes choro sentida 

Por amar tanto e não ter 

Me odiando por ser 

Do meu amor a melhor amiga










Superar não é fugir da tempestade, mas aprender a andar na chuva


História incerta

 Levaria outra vida

Tentando esquecer

Que a dor que eu sinto

É por amar tanto você

 

O tempo que não volta

E o futuro que não conheço

No passado nossa história

Do amor que não esqueço

 

Um amor

Ou ilusão

A mágoa maior se faz

Solidão que me apavora

Esquecer você não sou capaz

 

E o incerto dessa história

Que selou o meu destino

Na covardia das escolhas

Na briga que tivemos

Motivo da dor que eu tanto sinto

 

E caminhar com tanto fardo

Uma história não vivida

Uma paixão avassaladora

Que dominou a minha vida

Que de tanto amor foi sucumbida

IMPERADOR

 Esse seu ar de imperador

Que tudo sente

entende

Mas que se esconde

Nega

convence

Que a tortura com  frieza

A mesma fria cela em que habita

Pois não quer

Não fala

Não confessa o que sente

E assim descrente

Prefere se impor

De quem não aceita perder

Ou não aceita se achar

Ser cuidado

E vive em uma torre

Escombros de quem um dia foi

E não desce

Não aceita mãos estendidas

De quem ousada invadiu

Seu mundo secreto

Sentada na janela

À sua espera

Ela promete nunca deixa lo

Por ama lo demais

Mas sente frio

Congela

O coração aquecido que um dia lhe ofereceu

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2022

Até mesmo a tempestade fica em silêncio. Gosto mais do barulho dos trovões.

Duelo

 Até quando iremos duelar 

Você por falta de coragem 

Eu por medo

Você tirando vantagem 

Da minha fraqueza do meu desespero 


Duas foices amoladas 

Pela mágoa e rancor  

Um sofrendo calado 

O outro já desolado 

Brigas de amor 

Entre tanta discórdia 

Não cabe perdão 

Perdoado está 

Pelo coração cansado de duelar 

Transbordando de paixão

 




dois corpos separados 







segunda-feira, 14 de fevereiro de 2022

O tarôt da mesa azul

Sob a mesa azul 

Lançada foi minha sorte 

Embaralhadas as cartas 

De esperança aguardadas 

A primeira carta a da morte. 


Cheia de ilusão 

Achei melhor esperar 

Que o dono do tarot 

Tão bonito e sedutor 

Voltasse a embaralhar 

 

Ansiedade e incerteza 

Espero a imperatriz sair 

Mas o que vejo na mesa 

Aumenta meu medo 

Pois o que revela o segredo 

Que a cobra traz a mim 


A torre que cai displicente 

Desmorona a minha mente 

E eu sinto fugir o chão 

Tentando entender perdida 

O que diz essa papisa 

No tarô traduzindo minha paixão 


E a mesa azul vai desvendando 

Entre lâminas e arcanos 

O meu coração leviano 

Que não aprendeu a esquecer 

Um imperador arrogante 

Um valete viajante 

Que o meu amor só faz sofrer  


E os olhos marejados 

Por lágrimas transbordantes  

Na mesa azul dos Navegantes  

Vem suas dúvidas colocar 

E minhas esperanças perdidas 

No tarô dessa vida 

Vem seu desconsolo consolar

 






Minhas mãos calejadas se uniram em oração, permaneceriam assim, até que encontrasse em outras, o alívio do meu martírio.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2022

Deixe o certo

 Grite 

Vocifere 

Xingue se preciso for 

Saia 

Vire as costas 

Bata as portas 

Derrube as 

Perca a calma por favor 

 Corra 

Voe 

Pule o mais alto que puder 

Não tenha medo 

Tenha pressa 

Segure minha mão se quiser 

Descompasse 

Dance sem jeito 

Tente rebolar quem sabe 

Mas não finja 

Não dissimule 

Seja você de verdade 

Quebre pratos 

Arranhe carros 

Esqueça as regras só agora 

Xingue  

Grite 

Quem sabe talvez, bata as portas. 

Se renda a loucura 

Perca a classe 

Não tenha medo de errar 

Cante alto 

Brigue comigo 

Mas segure minhas mãos se precisar


2 lados

Teu silêncio me incomoda 

O meu grito te irrita 

Tua calma me apavora 

Minhas crises te incita 


Teu disfarce não convence 

Minha transparência só provoca 

Sua força só me prende 

E a minha só te revolta 


Tua distância me desanima 

Meu exagero te sufoca 

Seu corpo me fascina 

Teu desprezo minha derrota 










Ainda não sei alcançar você

Não aprendi encontrar você

Ainda não sei  alcançar você

Não consigo esquecer o tom da sua voz

Se fecho os olhos te vejo sorrindo

Seria mais fácil arranca lo da alma

Mas você habita em mim

Ainda não sei alcançar você

 

O silêncio da noite ressoa sua voz

E se tento dormir, os sonhos me acordam

No sonho te toco

Me perco nos seus braços

E não há mais socorro

Você habita em mim

 

Eu rezo baixinho

E oro chorando

Em prece peço cura

Algo que o arranque de mim

Ainda não sei alcançar você

 

você sabe onde me encontrar

você me alcança

Não deixe que essa luz se acabe

Ouça meu coração

Não seja cruel assim

 

Eu rezo baixinho

E oro chorando

Em prece peço cura

Algo que o arranque de mim

Ainda não sei alcançar você

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2022

Dejetos

Eu desisto de mim
Por não desistir de você
Esse ser patético que me tornei
Mendiga migalha de afeto que não sacia
Tenho vergonha de implorar consideração
Pior é mendigar afeto
Rastejou me pelo lamaçal de lágrimas e lembranças
Maltrapilha suja e sem dignidade
Vejo me a descer sem previsão de volta
Ao mais triste dos martírios
O fundo do poço que cavei para jogar os dejetos de mim

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2022

Jardim secreto

Seu segredo habitava entre árvores
Achou que ali, pudesse se revelar
E foi intensa sua vontade
O desejo a levava a cometer aquela loucura
O corpo incendiado por uma violenta intenção de se render ao dono dos seus desatinos
Ele tinha medo
Ela a vontade
Ele o compromisso
Ela a ousadia
Ele o controle 
Ela a loucura

Sentiu se queimar em um turbulento instinto animal, sua intimidade úmida, ansiosa pela fusão dos corpos. Tentou disfarçar na correnteza da água que banhava seus pés mas não esfriava seu corpo.  
Calou. 
Jamais conseguiria esquecer da sua covardia. 
Poderia ter esquecido a amizade e tocado nele com sua lascivia de mulher. 
Ele foi razão.
Ela sentimento
Ele a aliança 
Ela o pecado

Fadada estaria a lembrar daquele dia onde sua loucura calou se por sua covardia.  

Desvaneios

Queria de tal forma e tanto, que viu seu desejo arder mais que a chama a consumi la entre suas pernas, latente na fissura em pertencê- lo. 

A noite em seus desvaneios, seria ele a tocar cada centímetro de sua pele arrepiada, a dedilhar o caminho entre a insensatez e a vontade pungente do gozo tão refreado.

Sim, ela o imaginava em todos os seus momentos íntimos; desde o beijo provocador, complexo em gostos, até a onda de puro êxtase a percorre lhe o corpo.

Eram dele, somente dele seu prazer. Ainda que imaginado, sentido e proporcionado só por ela, a ele dedicava cada movimento, gemido e delírio. 

De longe

Longe dos olhos e do afago do abraço é mais fácil rejeitar o conforto provocado pelo aquecer que só o outro coração é capaz de proporcionar.

Orgulho que separa corpos mas não apaga as lembranças do desejo inconsequente não revelado

Loba longe da matilha fica enfraquecida. Mostra suas patas sem coragem. Mas ai de quem a encontra em bando, incapaz de prever a destruição da qual seu silêncio é capaz.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2022

De onde veio o amor

 Como nasce o amor?

De que entranhas surgiu?

Iludido veio ao mundo 

Vingativo tortura quem ama 

Quem ama não sabe o que é paz.


Encontra prazer no desalento 

Deleita se no desespero dos amantes 

De ver seus caminhos cruzados 

E separadas suas estradas 


Cruel martírio o amar 

O ser de luz que nada sabe 

Ou tão cruel quanto o amor 

Despreza o sentimento ofertado 


De onde veio o amor?









Há em mim um fio tênue, que me liga a essa insensata vontade de te amar. Ainda que o corte centenas de vezes, ele permanece intacto. Na verdade sou sem forças para segurar a tesoura.